
Este é um “encerramento que não ocorre isoladamente, é produto e uma asfixia, produto de um desrespeito pelo pensamento crítico e pensamento diferente”, disse o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP), Marco Ruiz, durante uma conferência de imprensa em Caracas.
O jornal, que teve a sua primeira publicação há cerca de 75 anos, enfrentou nos últimos anos uma asfixia financeira e perseguição política por parte do governo, de acordo com os donos daquele órgão de comunicação.
O seu editor-chefe, Miguel Henrique Otero, que está exilado em Espanha, disse esta sexta-feira, na última edição impressa do jornal, que a cessação da circulação é “uma consequência de anos de perseguição do Governo”.
“O Governo não nos deu acesso a papel para fazermos o jornal”, acusou.
“Este comportamento deixa em evidência a natureza autoritária e ditatorial do governo que não resiste a críticas porque não tem resposta às necessidades dos cidadãos”, denunciou o editor-chefe.
O Governo venezuelano tem controlado o papel importado e entregue aos jornais há cerca de cinco anos, medida que segundo o El Nacional e a Associação Nacional de Jornalistas (CNP) beneficia apenas aqueles que são coniventes com a política do Governo.
Nos últimos tempos o jornal continuava ‘vivo’ graças a doações dos media locais e de vários países.
Na quinta-feira, o administrador do jornal, Jorge Makiniotis, afirmou que nos últimos 15 anos o jornal eliminou 600 empregos.
De acordo com a União Venezuelana de Imprensa, desde que Maduro chegou ao poder em 2013 mais de 100 publicações tiveram de fechar, incluindo 70 jornais.
“Estamos a falar do desaparecimento de cerca de 60% dos media que existiam em 2013″, disse a União Venezuelana de Imprensa.
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