O sindicalista fez questão de explicar aos quase 800 congressistas e uma centena de convidados que Santarém não foi escolhida ao acaso para a realização da reunião magna, foi-o porque a central quis “honrar o 25 de Abril” e os militares que o concretizaram, em particular o capitão Fernando Salgueiro Maia, adotado pela capital ribatejana.
“Queremos homenagear o 25 de Abril de 1974”, disse Carlos Silva sob fortes aplausos, pouco antes de soar o hino do MFA (Movimento das Forças Armadas) e serem exibidas, por trás da Mesa do Congresso, imagens dos militares que saíram do quartel de Santarém na madrugada da revolução e depois na baixa Lisboeta, sem faltar a emblemática fotografia de Salgueiro Maia na rua do Arsenal com o lenço branco na mão entre os tanques dos revolucionários e os do regime fascista.
Enquanto eram distribuídos cravos vermelhos na sala, o ainda líder da UGT agradeceu o papel de Salgueiro Mais na revolução que levou à instituição da democracia em Portugal e a todos os “rapazes dos taques”, que o acompanharam naquele data.
“Abril é de todos (…), Abril não é de nenhum partido, não é de nenhuma central sindical em particular”, disse Carlos Silva.
Lembrando a importância de Abril e dos simbólicos cravos vermelhos na luta pela liberdade e democracia, o sindicalista estabeleceu um paralelismo com a Ucrânia e o seu povo, vitimas da invasão russa, o que suscitou fortes aplausos e vivas à Ucrânia.
Carlos Silva fez questão de descer do palco para ir à plateia buscar o representante da embaixada ucraniana, entre os convidados, que deixou palavras de agradecimento aos portugueses e ao seu Governo pelo apoio e solidariedade aos refugiados ucranianos.
A guerra na Ucrânia e as suas consequências económicas e humanitárias foram, aliás, salientadas em todos os discursos feitos na sessão de abertura do congresso sindical.
A esperada intervenção político-sindical do secretário-geral cessante da UGT acabou por ser substituída por uma antecipação da comemoração do 25 de Abril, que terminou com os congressista de pé, empunhando cravos vermelhos ao som da Grândola Vila Morena de Zeca Afonso.
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