“Repito que nós não aprovamos sanções contra o Irão. Continuaremos a apoiar o Irão, como um bom vizinho, contra as sanções que consideramos ilegais”, disse hoje Erdogan aos jornalistas, ao lado do homólogo iraniano, Hassan Rohani, referindo-se a um conjunto de sanções que os EUA impuseram ao Irão, incluindo a proibição de lhes comprar petróleo, alegando que este país árabe não cumpre acordos de desenvolvimento nuclear.
Erdogan recordou que a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) “confirmou várias vezes que o Irão cumpriu suas obrigações, apesar de os Estados Unidos se terem retirado do acordo”.
“Essa medida não nos pareceu correta”, afirmou Erdogan.
“As sanções dos EUA são terroristas. Os EUA tentam assustar outros países, para que se juntem às sanções. Agradeço à Turquia e a Erdogan a posição clara contra esta ação unilateral, ilegal e cruel”, respondeu Rohani.
Em relação à Síria, ambos os líderes enfatizaram sua “boa colaboração” no processo de estabilização da situação política e militar, em colaboração com a Rússia.
“Hoje decidimos continuar com esta cooperação. A próxima reunião será na Rússia. Continuamos todos a pensar o mesmo, relativamente à necessidade de preservar a integridade territorial da Síria”, acrescentou Rohani.
Nenhum dos dois líderes mencionou os planos da Turquia, anunciados na semana passada por Erdogan, de lançar uma ampla operação militar contra as milícias curdas no nordeste da Síria.
Esta opção tornou-se ainda mais provável desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a retirada das tropas americanas da Síria, quarta-feira, mas as autoridades de Ancara ainda não fizeram enhuma declaração sobre o assunto.
O ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, ameaçou hoje, horas depois de os Estados Unidos terem anunciado a decisão de saída militar, os membros da milícia curdo-síria aliada de Washington que permaneçam em zonas fronteiriças com a Turquia, dizendo que os “enterrará”.
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