“Walter Haffner foi convidado ao nosso ministério [Negócios Estrangeiros], onde o nosso mal-estar foi comunicado. Foi dito ao embaixador que os culpados devem ser levados à justiça”, indicaram fontes diplomáticas turcas não identificadas, citadas pelas agências internacionais.
Vários milhares de pessoas manifestaram-se no sábado na capital suíça contra o chefe de Estado turco, respondendo ao apelo de associações curdas e de partidos políticos suíços.
A Turquia descreveu esta iniciativa como uma manifestação organizada pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização classificada como “terrorista” por Ancara e pelos seus aliados ocidentais.
Segundo imagens transmitidas pelas televisões turcas, uma faixa que mostrava o Presidente turco com uma arma apontada à sua cabeça e com a inscrição “Kill Erdogan” (“Matar Erdogan”) foi exibida na manifestação.
Hoje, durante um discurso em Istambul, Erdogan criticou duramente as autoridades suíças.
“Colhem o que semeiam”, disse o chefe de Estado turco, perante uma multidão que vaiou as autoridades suíças.
No sábado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco já tinha convocado o encarregado de negócios suíço e o chefe da diplomacia turca, Mevlut Cavusoglu, contactou o seu homólogo helvético para manifestar o seu desagrado perante os acontecimentos.
Este incidente acontece numa altura em que se regista um clima de tensão entre a Turquia e vários países europeus, entre os quais a Alemanha e a Holanda.
Nas últimas semanas, países europeus proibiram a entrada a ministros turcos que iam participar em comícios com a comunidade turca sobre o referendo que a Turquia realiza a 16 de abril para reforçar os poderes do Presidente Recep Tayyip Erdogan, que tem procurado angariar votos junto da diáspora do seu país.
Na Suíça, uma iniciativa com a presença de Mevlut Cavusoglu esteve prevista para Zurique (norte), mas foi cancelada no início de março, depois do hotel, cujas instalações iam acolher a reunião, ter recusado realizar o evento.
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