O candidato democrata, Joe Biden, divulgou esta terça a sua última declaração rendimentos, um anúncio que surge dois dias depois de o New York Times ter noticiado que o atual presidente, Donald Trump, terá pago apenas 750 dólares (645 euros) em impostos federais em 2016, ano em que ganhou as eleições presidenciais.
Biden aproveitou o momento para divulgar documentos que mostram que pagou quase 300.000 dólares em impostos no ano passado. "O povo americano merece transparência", escreveu no Twitter.
Os dois candidatos estão esta noite (madrugada de quarta-feira em Portugal) em Cleveland, Ohio, onde tem lugar o primeiro debate, às 21h locais, a 35 dias das eleições nos Estados Unidos. Ohio é um dos estados considerados "pendulares" - ou seja, que mudam de preferência (republicana, ou democrata) de uma eleição para outra e que por isso são encarados como decisivos na tendência de voto. Em 2016, a vitória aqui foi de Trump.
O debate pode ser acompanhado aqui.
Dezenas de milhões de pessoas acompanharão pela TV e pelas redes sociais o embate entre o presidente republicano e o ex-vice-presidente democrata.
Trump chega ao debate de hoje em desvantagem nas sondagens de opinião e espera poder marcar pontos e recuperar. Biden lidera as sondagens, segundo o site RealClearPolitics, que lhe confere uma vantagem de 49,7% contra os 42,9% do presidente.
Antes do debate, várias informações foram postas a circular, alegadamente pela equipa do atual presidente. Uma delas terá sido dar a entender que Biden iria usar um teleponto durante o debate. Fontes ligadas ao presidente terão também indicado que Biden solicitou "vários intervalos de descanso durante o debate", informação negada pela equipa do candidato democrata, segundo a qual a assessoria de Trump pediu ao moderador Chris Wallace que "não mencione em nenhuma vez o número de mortos pela Covid", o que, por sua vez, foi negado no Twitter por Tim Murtaugh, diretor de comunicação da campanha do presidente americano.
Estes debates marcam o ritmo da campanha desde o primeiro debate televisionado entre John F. Kennedy e Richard Nixon, há 60 anos.
"Estou ansioso pelo debate", disse Trump nas vésperas do encontro.
Se não for reeleito, Trump será o primeiro presidente em 25 anos a não conseguir um segundo mandato: a última vez que isso aconteceu foi em 1992 quando George H. W. Bush foi derrotado por Bill Clinton .
A pandemia, que deixou mais de 204.762 mortos no país, a nomeação de uma juíza conservadora para o Supremo Tribunal, o debate sobre o racismo, o equilíbrio da carreira dos dois candidatos e as dúvidas levantadas por Trump sobre a integridade do eleições são alguns dos temas em foco.
Com a pandemia, Trump perdeu o seu principal trunfo político nos últimos meses: uma gestão da economia que levou o desemprego ao nível mais baixo em décadas, mas que foi devastado nos últimos seis meses.
Nas eleições deste ano, há um número recorde de latinos habilitados a votar, cerca de 32 milhões, o que representa 13,3% do total. A expectativa da diretora de Participação Cívica do Fundo Educacional NALEO, Juliana Cabrales, é, no entanto, de que menos da metade votará.
"A pandemia está a criar obstáculos para o recenseamento eleitoral", disse Cabrales à AFP, explicando que os registos muitas vezes aconteciam em reuniões e eventos, afetados pelas restrições.
Entre os latinos, a vantagem de Biden é clara, com 65% de apoio, contra 36% do presidente republicano.
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