O que aconteceu?

Mónica Silva desapareceu em outubro de 2023, estava grávida de sete meses e o seu corpo nunca foi encontrado.

Pouco depois das 21h00 desse dia, de acordo com as autoridades, Fernando Valente, o arguido, terá ligado à vítima para dizer que estava perto de sua casa. Mónica informou os filhos que iria sair e a PJ acredita que ambos seguiram para um apartamento do arguido na Torreira.

A acusação acredita que Fernando Valente terá matado Mónica entre as 23h42 e a 1h48 do dia 4 de outubro de 2023 e terá feito desaparecer o corpo.

O que diz o Ministério Público?

O Ministério Público acusa Fernando Valente de ter assassinado Mónica Silva, sabendo da gravidez da mulher desaparecida, tendo alegadamente premeditado o crime para tirar a vida a ambos, mãe e feto, atraindo a amante à emboscada. O plano do arguido passaria por pedir a Mónica Silva para ver as ecografias, indo buscá-la à Murtosa e levando-a ao seu apartamento, na Torreira, onde a terá assassinado

O que diz Fernando Valente?

O suspeito negou as acusações.

“[Ele] Negou tudo. Disse que não tinha praticado aqueles factos (...) e nega que a Mónica tenha estado na sua casa na Torreira, no dia 3", afirmou o seu advogado no início do julgamento.

Ainda segundo o advogado, o arguido também terá negado a paternidade da criança que estava por nascer, adiantando que a única relação que teve com a vítima foi muito antes e que "os sete meses [idade do feto] não dão para ser filho.

Onde está o arguido?

Fernando Valente encontra-se em prisão domiciliária depois de ter sido detido pela PJ em novembro de 2023.

De que é acusado?

Fernando Valente está acusado dos crimes de homicídio qualificado, aborto, profanação de cadáver, acesso ilegítimo e aquisição de moeda falsa para ser posta em circulação.

Quando começou o julgamento?

Começou no passado dia 19 de maio e o arguido foi ouvido no segundo dia do julgamento.

O julgamento realizado com tribunal de júri (composto por três juízes de carreira e oito jurados),decorreu à porta fechada, sem a presença de público e jornalistas, porque a juíza titular do processo determinou a exclusão da publicidade da audiência de julgamento e demais atos processuais, para proteger a dignidade pessoal da vítima face aos demais intervenientes envolvidos, nomeadamente os seus filhos.