Numa conferência de imprensa na sede do PSOE, em Madrid, Sánchez garantiu que só agora conheceu o relatório da investigação policial segundo o qual o secretário de Organização do partido, Santos Cerdán, negociou comissões de pelo menos 520 mil euros, pagas por empresas de construção, na adjudicação de obras públicas.

Pedro Sánchez pediu “desculpa e perdão” a todos os espanhóis e, especialmente, aos militantes e simpatizantes do PSOE e anunciou uma “auditoria externa” às contas do partido, apesar dos “relatórios positivos” do Tribunal de Contas sobre a organização.

O líder do PSOE anunciou ainda, para breve, uma reestruturação da direção do partido.

“Até hoje de manhã estava convencido da integridade de Santos Cerdán”, disse o líder do PSOE, que reconheceu ter trabalhado de forma muito próxima com o ‘número três’ do partido desde 2014 e estar a sentir uma “profunda tristeza” e uma “enorme deceção”.

Santos Cerdán, que garantiu estar inocente, demitiu-se já da direção do PSOE, a pedido de Sánchez, e anunciou que vai também deixar o lugar de deputado.

Sánchez disse que este caso afeta a direção do PSOE, mas não o Governo espanhol e garantiu que não há uma “crise no governo”, “em absoluto”.

O primeiro-ministro rejeitou, como já fez no final da semana passada, antecipar eleições e voltou a dizer que a legislatura chegará ao final, até 2027.

Sánchez disse ainda que pretende voltar a ser candidato a primeiro-ministro quando houver eleições legislativas em Espanha.

Pedro Sánchez, primeiro-ministro desde 2018, voltou a ser eleito para o cargo pelo parlamento espanhol em novembro de 2023, por uma geringonça de oito partidos.

Desde que foi reinvestido no cargo, pessoas próximas do primeiro-ministro, como a mulher ou o irmão, e antigos membros do Governo e da direção PSOE, foram envolvidos em processos judiciais por suspeitas de corrupção.

O líder do PSOE disse que com “respostas contundentes”, como esta, faz a diferenciação entre “supostos casos e outros” que têm “efetivamente indícios que os corroboram”.