Os dois partidos realizaram a sua primeira reunião depois de terem confirmado o acordo no dia anterior. A coligação tem o nome de “Democratas”.
O presidente do Partido Trabalhista, Yair Golan, deu as boas-vindas ao Meretz e elogiou a decisão de unir forças para reforçar uma alternativa “liberal-democrática”.
“A tarefa mais urgente é substituir o governo mais falhado da história deste país e restaurar a esperança em Israel (…). Somos uma oposição lutadora e determinada, só uma oposição assim pode ser uma alternativa de liderança”, considerou Golan, citado pelo jornal The Times of Israel.
Golan afirmou que a aliança política “Democratas” é capaz de garantir uma mudança de governo através de uma alternativa “funcional e estrutural” ao atual executivo liderado por Netanyahu, o mais à direita da história de Israel, que integra partidos ultraortodoxos e de extrema-direita.
Para Golan, o executivo tem beneficiado das clássicas disputas entre esquerda e direita, pelo que defendeu o fim do uso dessas terminologias de divisão ideológica.
“As ideias de esquerda e de direita são cómodas para Netanyahu, mas não têm qualquer relação com a realidade atual de Israel”, argumentou Golan, que fez, no entanto, uma distinção entre os que defendem um país como um lar “para todos os judeus por igual” e os que, pelo contrário, “veem o Estado como messiânico-teocrático”.
O Partido Trabalhista viveu uma época de ouro entre o final dos anos 60, do século XX, e 2000, com cinco presidências consecutivas, conseguindo dominar a política nacional nos anos 90, com os governos de Yitzhak Rabin (1992-1995), Shimon Peres (1995-1996) e Ehud Barak (1999-2001).
Desde então, porém, não ocupou cargos relevantes no governo israelita e, nas últimas eleições legislativas, obteve menos de 3,7% dos votos (quatro deputados), enfrentando uma tendência para o desaparecimento, o que conduziu à aliança com o Meretz.
O Meretz é um partido de esquerda fundado nos anos 90 que defende a solução de dois Estados (Israel e Palestina) e o pacifismo.
Historicamente, tem sido um partido residual no Knesset (parlamento israelita), onde obteve o seu melhor resultado em 1992, ao conseguir 12 dos 120 lugares parlamentares. Integrou ainda governos trabalhistas dessa altura.
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