A reação da Comissão de Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa e da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) surge no dia em que o Governo lançou o concurso para a construção das novas estações Estrela e Santos e o consequente prolongamento das linhas Amarela e Verde, num investimento de 210 milhões de euros até 2023.
A principal crítica a este projeto diz respeito à opção do Governo pela construção de uma “Linha Circular” que, no entendimento de trabalhadores e sindicatos, não mereceu os estudos científicos necessários que comprovassem o impacto desta decisão.
“Nesta proposta de expansão de rede do Metro faltam os projetos e estudos científicos sobre o impacto no fator humano (trabalhadores e utentes) que resulta do novo modo de funcionamento na nossa rede que deixa de operar num sistema de linhas, com dois terminais cada e passa a uma linha circular sem qualquer cais terminal”, aponta a Comissão de Trabalhadores do Metro, em comunicado.
Os trabalhadores referem ainda que além da ausência de estudos científicos a suportar a opção pela “Linha Circular” existem pareceres que apontam no sentido contrário.
“As opiniões sobre a ‘Linha Circular’ que foram divulgados são contrárias a esta expansão, traduzindo-se em apreciações e pareceres de agentes políticos de variadas sensibilidades, de autarquias, de reconhecidos técnicos e urbanistas e de utentes. São valiosos contributos que deveriam ser considerados de modo a responder a esta expansão”, defendem os trabalhadores.
Por seu turno, também em comunicado, a Fectrans defende a expansão da rede do metro, mas considera um erro que “num momento em que muito falta para repor os níveis de manutenção e segurança se dê prioridade a uma obra que nem sequer tem projetos cientificamente elaborados”.
“Não podemos deixar de lamentar todo o ‘show’ em torno do lançamento do concurso dos toscos para dar início à Linha Circular, realizado hoje no Alto dos Moinhos, num quadro de mais uma das cerimónias de charme que o Governo impõe como bandeira de um falso desenvolvimento na mobilidade na cidade de Lisboa”, aponta a Fectrans.
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