“A pandemia da covid-19 e o combate aos impactos negativos da pandemia foram sem dúvida o maior desafio para a FAP [no ano letivo de 2019/2020]”, admitiu o presidente da Federação Académica do Porto, que fez hoje um balanço do seu primeiro e último mandato à frente das 27 associações de estudantes, que representam cerca de 60 mil alunos do ensino superior.
Em entrevista à agência Lusa, Marcos Teixeira Alves, de 24 anos de idade e mestre em Ciências Farmacêuticas, explicou que, com a covid-19, a vida dos estudantes ficou “dificultada” e que a FAP teve como missão primordial garantir que as dificuldades que os estudantes iam sentindo eram supridas, criando soluções para os problemas.
“A pandemia veio exacerbar os problemas que já existiam antes, como por exemplo o alojamento estudantil, e também veio expor algumas necessidades novas que antes não existiam, como haver estudantes que não tinham um computador próprio”, conta, recordando ter enviado cartas à tutela a expor casos de vários estudantes que, ao passarem para o regime de ensino à distância, começaram a precisar daquele utensílio.
“Conseguimos garantir que no final do ano letivo 2019-2020, e agora também neste ano letivo [2020-2021], todas as pessoas que nos fizeram chegar a informação de que não tinham um computador tiveram direito a um computador. Conseguimos garantir isso de diversas formas, mas podemos dizer que todos os estudantes passaram a ter acesso a ligações básicas de acesso ao ensino à distância”, declara Marcos Teixeira Alves, considerando que a FAP e as associações de estudantes fizeram um trabalho “inexcedível”, identificando caso a caso as necessidades de cada estudante.
O presidente da FAP salvaguardou que há zonas em que a cobertura da Internet é péssima e que isso a FAP não consegue resolver, porque é o reflexo de “outros problemas estruturais em termos de cobertura tecnológica do país”.
Segundo Marcos Teixeira Alves, este ano letivo de 2020-2021 já se ultrapassaram os “100 mil pedidos de bolsa social”, ou seja mais cinco mil pedidos do que em relação ao ano passado (95 mil pedidos).
Este aumento deve-se, na opinião de Marcos Teixeira Alves, a uma “real dificuldade económica de muitas famílias, com muitas pessoas a perder emprego, e por outro lado, devido a uma “incerteza generalizada nas pessoas quanto ao seu futuro e, portanto, recorrem a todos os apoios que possam receber”.
Marcos Teixeira Alves disse à Lusa que não se vai recandidatar e que termina o seu mandato agora em dezembro, altura em que no dia 10 vai tomar posse um novo presidente.
As eleições estão marcadas para o dia 4 de dezembro na sede da FAP e os debates eleitorais dos candidatos estão marcados para o dia 25 de novembro, no Pólo Zero, junto à Torre dos Clérigos.
As listas dos candidatos vão ser publicadas a 19 de novembro, segundo fonte oficial da FAP.
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