Precisando num discurso pela primeira vez os contornos da saída do Reino Unido da União Europeia (UE), May afirmou que o país quer continuar a ser um país tolerante e aberto e a atrair os melhores talentos, mas que os fluxos migratórios dos últimos anos colocaram sob pressão os serviços de saúde e de educação.
O ‘Brexit’, disse, tem de significar o controlo do número de europeus que chegam ao Reino Unido, mas assegurou que os direitos dos que já residem no país vão ser garantidos, sem contudo dar pormenores.
Theresa May confirmou hoje que o ‘Brexit’ vai implicar que o Reino Unido abandone o mercado único europeu, caso contrário ficaria “meio dentro, meio fora” da UE e estaria impossibilitado de negociar acordos comerciais bilaterais.
A primeira-ministra, que sucedeu a David Cameron após a vitória do ‘Brexit’ no referendo de 23 de junho, afirmou que pretende uma “parceria nova e equilibrada” com a UE, para que o país saia “mais forte, mais justo, maus unido e mais aberto ao exterior que antes”.
Reiterando a intenção de acionar o artigo 50.º em março, afirmou que espera concluir as negociações de saída no prazo de dois anos, aplicando o acordo, que disse vai ser submetido ao Parlamento, de forma faseada.
Advertiu por outro lado os parceiros europeus contra qualquer tentação de “punir” o Reino Unido, o que configuraria “um ato calamitoso que prejudicaria a própria” UE.
O discurso de Theresa May era muito aguardado porque se esperava que torne mais claras algumas linhas de negociação de Londres no processo de saída da UE.
Em outubro, a primeira-ministra já tinha manifestado a determinação em retomar o controlo da política de imigração, incluindo dos cidadãos europeus, e acabar com a soberania do Tribunal Europeu de Justiça.
No entanto, também mostrou interesse em manter, tanto quanto possível, o acesso dos bens e serviços britânicos ao mercado único, deixando alguma indefinição sobre qual dos interesses iria predominar.
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