Theresa May, em entrevista à cadeia de televisão Sky News, foi questionada sobre se iria dar prioridade ao controlo da imigração ou à permanência no mercado comum da União Europeia (UE).
"As pessoas falam frequentemente como se, de alguma forma, nós pudéssemos sair da União Europeia, mas mantendo pedaços [dos direitos] de adesão à UE. (...) Nós vamos sair. Nós estamos a sair. Não vamos continuar a ser um membro da UE", respondeu Theresa May.
Assim, disse, a questão é a de saber "qual será o tipo de relacionamento correto entre o Reino Unido e a União Europeia quando estivermos fora".
"Vamos ter a capacidade de controlar as nossas fronteiras, controlar as nossas leis", sublinhou.
Por outro lado, Theresa May garantiu que a estratégia do governo para o Brexit não é "uma confusão", na sequência de críticas nesse sentido do antigo embaixador britânico junto da UE Sir Ivan Rogers.
Os partidos que criticam as opções do Governo quanto ao Brexit têm exigido mais pormenores sobre a estratégia de saída do Reino Unido e Theresa May prometeu dar mais explicações "nas próximas semanas".
"Todos os que olham para esta questão da livre circulação de pessoas e mercadorias como uma espécie de jogo de soma zero estão a abordar o tema de forma errada (...). Tenho ambição quanto ao que vamos conseguir obter para o Reino Unido da sua relação com a UE, porque acredito que também vai ser bom para a UE. O nosso pensamento quanto a isto não é nada confuso", realçou.
No entanto, Theresa May ressalvou que o governo britânico também espera obter "o melhor negócio possível", nomeadamente "que as empresas possam continuar a fazer negócio, que as empresas britânicas possam continuar a operar dentro da UE e que as empresas europeias possam continuar a fazer comércio com o Reino Unido e operar dentro do Reino Unido".
No referendo do ano passado sobre a saída do Reino Unido da UE, 51,9% dos votantes britânicos optou pela saída, contra 48,1% que pretendiam ficar.
O governo britânico prometeu ativar o artigo 50 do Tratado de Lisboa (que dá início ao processo de saída de um Estado-membro) até março deste ano. Este mês o Supremo Tribunal britânico decide um recurso apresentado pelo Governo de May sobre uma decisão de uma instância inferior, que - na prática - sustenta que não pode ser o executivo, e sim o parlamento, a ativar esse artigo.
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