Em declarações à margem de uma visita a Montemor-o-Velho, no distrito de Coimbra, o governante apontou aquele concelho do Baixo Mondego, mas também os municípios de Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz e Soure como dos mais afetados pela situação “excecional” causada pelo fenómeno meteorológico do passado sábado.
“Onde a situação é mais preocupante é na região Centro, em toda a zona de influência da Direção-Geral de Agricultura do Centro, fundamentalmente aqui nesta zona de Coimbra”, afirmou Luís Vieira.
O secretário de Estado frisou que os serviços do Ministério da Agricultura estão no terreno desde o início da tempestade Leslie e elaboraram um levantamento de danos “em todo o país”, concluindo que nas regiões do Algarve, Alentejo, Lisboa e Vale do Tejo e Norte não existiram “situações de maior”.
Em termos de infraestruturas afetadas, Luís Vieira disse que existem danos em vacarias, estufas e armazéns agrícolas, mas também em culturas permanentes e anuais, como o milho e arroz.
O governante lembrou que as culturas anuais estão abrangidas pelo seguro de colheitas e que o Ministério da Agricultura gasta anualmente, com esse mecanismo, cerca de 11,5 milhões de euros, subsidiando agricultores “com 60 a 65% a fundo perdido”.
Já na chamada reposição do potencial produtivo, destinada a apoiar os agricultores que tenham visto destruídos instalações agrícolas, a tutela irá utilizar um mecanismo idêntico ao utilizado nos incêndios florestais.
Prejuízos até cinco mil euros serão apoiados 100% a fundo perdido, acima desse valor até aos 50 mil euros o apoio é de 85% e entre os 50 mil até aos 800 mil euros de 50% a fundo perdido, explicou Luís Vieira.
“A partir de agora a Direção Regional de Agricultura já tem a plataforma disponível para os agricultores apresentarem a sua declaração de prejuízos e a partir daí iremos abrir as candidaturas, para podermos depois analisá-las e proceder aos respetivos pagamentos”, declarou.
A passagem do furacão Leslie por Portugal, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados.
A Proteção Civil mobilizou 8.217 operacionais, que tiverem de responder a 2.495 ocorrências, sobretudo queda de árvores e de estruturas e deslizamento de terras.
O distrito mais afetado pelo Leslie foi o de Coimbra, onde a tempestade, com um “percurso muito errático”, se fez sentir com maior intensidade, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
Na Figueira da Foz, uma rajada de vento atingiu os cerca de 176 quilómetros por hora no sábado à noite, valor mais elevado registado em Portugal, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
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