“Só no sábado de manhã pudemos pôr [o aviso vermelho], porque só no sábado de manhã tivemos uma probabilidade, superior a 50%, que [a tempestade] ia passar no país e, mesmo assim, englobámos uma área grande do país" no aviso, dadas as dificuldades da previsão, explicou o presidente do IPMA, Jorge Miranda, à agência Lusa.
No sábado, “as previsões estavam já todas as alinhadas e havia uma probabilidade muito elevada de o furacão atingir a costa ocidental de Portugal e foi aí que começámos a adiantar os valores de rajada que provavelmente poderiam ser observados”, acrescentou.
Já na sexta-feira à tarde, “a probabilidade era de 30%”, adiantou, concluindo que, até essa altura, “não era claro em nenhum dos modelos meteorológicos se o furacão ia para sul de Portugal ou para o centro do país”, sendo a “probabilidade mais alta o sul e a mais baixa o centro”.
Ainda assim, através dos seus comunicados, que o IPMA vinha a alertar para essa hipótese desde o dia 8.
Jorge Miranda esclareceu que se tratou de “uma situação bastante invulgar do ponto de vista meteorológico, face à fraca previsibilidade do percurso que pode ter”. Como tal, houve um acompanhamento de “hora a hora”.
Na madrugada de sábado, o IPMA colocou sob aviso laranja 13 dos 18 distritos do continente, dadas as previsões de vento muito forte: Coimbra, Leiria, Santarém, Lisboa e Setúbal (a partir das 18:00 desse dia) e Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Porto, Aveiro, Viseu, Guarda e Castelo Branco (a partir das 21:00).
Ao início da tarde de sábado, o alerta subiu para vermelho, mais cedo para os distritos de Setúbal, Lisboa, Leiria, Santarém, Coimbra e Aveiro e, a partir das 21:00, para Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Castelo Branco, Viseu e Guarda.
Os prejuízos causados pela tempestade na região Centro ultrapassam os 80 milhões de euros, de acordo com os dados preliminares avançados pelas câmaras municipais mais afetadas.
A passagem do furacão Leslie por Portugal, no sábado e domingo, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados.
A Proteção Civil mobilizou 8.217 operacionais, que tiverem de responder a 2.495 ocorrências, sobretudo queda de árvores e de estruturas e deslizamento de terras.
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