A tempestade, que se deslocou para leste após ter atingido a costa atlântica, causou cinco mortes na Toscana, no centro-norte de Itália, onde se registou uma precipitação recorde, anunciaram as autoridades locais.
“O que aconteceu ontem à noite na Toscana tem um nome: alterações climáticas”, afirmou o governador da província, Eugenio Giani.
O governo declarou estado de emergência para a região, a fim de mobilizar recursos financeiros e materiais excecionais para responder à crise.
Um primeiro pacote de ajuda estatal de cinco milhões de euros foi aprovado pelo Conselho de Ministros, anunciou a chefe do executivo, Giorgia Meloni.
Em Florença, “a situação é crítica”, avisou o Presidente da Câmara, Dario Nardella, no X.
Prevê-se que o rio Arno atinja o seu pico de cheia durante o dia de hoje.
A queda de árvores provocada por rajadas violentas de vento foi a causa de vários acidentes mortais: duas vítimas na Bélgica – incluindo uma criança de 5 anos ucraniana que brincava ao ar livre em Gand – duas em França, uma no centro de Madrid, uma na Alemanha e uma sétima nos Países Baixos.
Em Portugal foi a forte ondulação causada pelo Ciaran no Oceano Atlântico que provocou uma tragédia: três pessoas morreram quando um veleiro com bandeira dinamarquesa encalhou numa praia do centro do país.
A tempestade causou grandes perturbações no tráfego ferroviário na Bélgica, principalmente na Flandres.
O tráfego marítimo foi igualmente interrompido na quinta-feira na zona portuária de Antuérpia. O aeroporto de Bruxelas registou numerosos atrasos.
Em França, as duas vítimas mortais foram um homem de 70 anos que caiu em Le Havre (noroeste) depois de ter sido atingido pelas persianas de sua casa devido aos ventos fortes e um camionista que morreu no norte do país quando uma árvore caiu sobre o seu camião.
Dezasseis pessoas, entre as quais sete bombeiros, ficaram feridas na mesma zona, uma das quais com gravidade.
A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, comunicou um total de 47 feridos em França.
Pouco mais de meio milhão de casas continuavam sem eletricidade na manhã de hoje, de acordo com o porta-voz do governo Olivier Véran.
Segundo Véran, 1,2 milhões de casas não tinham eletricidade no dia anterior.
Beaune alertou ainda para o prolongamento das perturbações causadas pelo Ciaran, sobretudo no norte do país, até sábado.
Os serviços ferroviários regionais no oeste de França foram suspensos até sexta-feira de manhã.
A ilha de Jersey, no Canal da Mancha, encontra-se em alerta vermelho, registando ventos que atingiram 160 km/h.
Na ilha, 35 pessoas tiveram de ficar alojadas em hotéis depois das suas casas terem ficado danificadas, segundo as autoridades.
Todos os voos foram cancelados nos aeroportos de Jersey, Guernsey e Alderney.
Na Cornualha, no sudoeste de Inglaterra, mais de 8.500 casas ficaram sem eletricidade.
No aeroporto de Schiphol, em Amsterdão, cerca de 200 voos, principalmente para destinos europeus próximos, foram cancelados na quinta-feira. O tráfego ferroviário e de barcos foi também afetado.
Na Grã-Bretanha, os ventos aproximaram-se dos 200 km/h.
No leste de Espanha, um incêndio florestal que começou na quinta-feira foi alimentado por ventos fortes e estava ainda em curso na região de Valência hoje.
Mais de 800 pessoas foram forçadas a deixar as suas casas à medida que as chamas avançavam, disseram as autoridades locais.
Rajadas de vento de até 120km/h estavam a dificultar os esforços dos 200 bombeiros mobilizados para combater o incêndio em Espanha.
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