“Nunca pedimos apoios, sempre vivemos sem qualquer apoio, mas este é o momento em que temos de o exigir”, sustenta o Teatro, alegando que, com a suspensão dos espetáculos e se a situação não melhorar, “o mais provável é o Maria Vitória fechar as portas definitivamente, e o género da Revista à Portuguesa (pelo menos profissional) terminar de vez”.
Os responsáveis pelo teatro apelam, por isso, à ministra da Cultura, Graça Fonseca, que consideram "ter sido inexistente até ao momento", para que "atue", sob pena de "ficar ligada" ao fecho do Maria Vitória e à extinção do teatro de revista, considerando-o "um dos momentos mais negros da cultura em Portugal".
“Tentámos que tudo retornasse à normalidade quando voltámos a abrir as portas no início de setembro [no âmbito do 'Plano de Desconfinamento' do Governo], mas falhámos”, pois é “impossível continuar a suster um Teatro dadas as condições que o país vive”, lê-se num comunicado divulgado pela única sala portuguesa de espetáculos dedicada exclusivamente à produção e apresentação de revista à portuguesa.
Segundo o comunicado do teatro dirigido pelo empresário Helder Freire Costa, em março último, quando fecharam portas, o espetáculo em cena tinha "uma carreira de sucesso” e era visto por grupos de pessoas que se “deslocavam de norte a sul de Portugal”, em excursões.
Na altura, tinha também procura por parte de jovens e de mais idosos, acrescenta a nota, sublinhando que não é o que acontece de momento, “com quase todo o turismo parado” e as famílias a “saírem de casa apenas para o essencial - trabalho, compras e escola”.
Com o “dever cívico das pessoas se recolherem em casa, não faz qualquer sentido alguém sair para lazer, muito menos para um teatro”, lê-se no comunicado. “Nada disto está a fazer sentido!”, acrescenta.
A sala de espectáculos, que conta com quase 60 anos de atividade ligada ao teatro, alega não entender por que "até ao momento" não recebeu "um único cêntimo" de verbas do Estado, quando "é o único teatro a produzir revista à portuguesa profissional em Portugal".
A Lusa tentou contactar o empresário Helder Freire Costa, o que não foi possível até ao momento, assim como o gabinete da ministra da Cultura.
"Pare, escute e... ria!" era o espectáculo remodelado e com novo elenco que o Maria Vitória tinha atualmente em cartaz, com sessões de quinta-feira a domingo, às 21:30, e, aos sábados e domingos, também às 16:30.
Em setembro, o Teatro Maria Vitória foi uma das nove salas de teatro e cinema, que dedicaram a receita dos espetáculos à família do ator Bruno Candé, assassinado em julho, no dia do seu aniversário.
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