“Ficamos satisfeitos quando o CEO [presidente executivo] da TAP tem sobre esta matéria a mesma opinião que o sindicato”, afirmou o dirigente sindical, em nota enviada à Lusa, lembrando que o SNPVAC sempre defendeu “que o Estado, numa futura privatização, deve manter uma percentagem pública para que possa ter uma influência nos desígnios estratégicos da companhia”.
Em entrevista ao Financial Times, publicada hoje, o presidente da TAP, Luís Rodrigues, defendeu que o Estado deve manter uma participação na companhia aérea após a privatização e que se deve atrair investidores fora do setor da aviação, para contornar eventuais preocupações concorrenciais da Comissão Europeia com a consolidação de companhias aéreas.
“A minha recomendação seria que o Governo português mantivesse uma posição, fizesse parte de todo o processo de desenvolvimento”, disse o líder da TAP.
Luís Rodrigues justificou que, daquela forma, garante-se que “se os atores mudarem, ninguém entrará com uma agenda diferente”, apontando como exemplo a necessidade de servir as regiões autónomas da Madeira e dos Açores.
“Acho que em algum momento poderemos estar prontos para uma venda de 100%, mas vamos passo a passo”, realçou.
Já o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, à saída de uma reunião ministerial, em Bruxelas, defendeu que o presidente da TAP devia focar-se na gestão, em vez de se “imiscuir em problemas que são do acionista”.
“Eu concordo que o presidente da TAP se deve focar na gestão da TAP e não se imiscuir em problemas que são do acionista. O presidente da TAP deve-se focar na gestão da TAP e a TAP bem precisa de boa gestão e, nesta altura, é isso, cada um deve desempenhar o seu papel”, disse o governante.
O anterior Governo socialista deu início ao processo de reprivatização da TAP no ano passado e esperava ter a operação concluída ainda no primeiro semestre deste ano, mas a operação ficou em suspenso devido à dissolução do parlamento e convocação de eleições legislativas antecipadas, em março, que deram a vitória à Aliança Democrática (PSD, CDS-PP E PPM).
Na sexta-feira, o ministro das Infraestruturas disse, no parlamento, que o processo de privatização da TAP aberto pelo anterior executivo não foi fechado pelo atual, adiantando que o calendário não está definido e que esta é uma fase de recato.
“O calendário [da privatização da TAP] não está definido, mas deixe-me dizer-lhe senhora deputada: o processo está aberto, foi aberto pelo anterior governo e este Governo não o fechou”, afirmou Miguel Pinto Luz, em resposta à deputada da Iniciativa Liberal Mariana Leitão.
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