O reforço será “entre duas a três frequências, ainda não está definido”, referiu Antonoaldo Neves, num encontro de jornalistas, em Lisboa, no qual David Neeleman, um dos acionistas de referência, lembrou haver atualmente sete frequências.
“O anúncio da frequência surge com a receção de [novas] aeronaves. Precisamos de aeronaves para o fazer. A data indicativa para o fazer é antes do verão, para ter no verão mais frequências. Mas é indicativo”, disse.
Sobre a transferência de divisas, o CEO referiu que se conseguiu repatriar “quase 70% dos recursos” que estavam em Angola.
A operação “deu um conforto muito grande de que nós operamos num país onde a repatriação é um processo normal”.
“Hoje é uma operação totalmente normal, quando no passado não havia autorização na frequência que há este ano para repatriar os recursos que são necessários para pagar todos os investimentos que temos aqui”, notou o gestor.
Em setembro, os governos de Portugal e de Angola assinaram uma convenção para acabar com a dupla tributação e um memorando para o início de um processo de regularização das dívidas a empresas nacionais, no âmbito da visita oficial do primeiro-ministro, António Costa, a Angola.
Fonte diplomática referiu na altura à Lusa que o montante global de dívidas estimado no mínimo (embora não oficialmente) seria entre os 400 e os 500 milhões de euros, e que na situação específica da TAP, fora dos processos de regularização, teria recuperado 440 dos 540 milhões de dólares norte-americanos em atraso.
Em julho, o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), Augusto Santos Silva, afirmava que o Governo angolano estava a tomar medidas para permitir o acesso de empresas portuguesas a divisas internacionais, devendo resolver “brevemente” o problema da TAP.
Em relação à transferência de divisas, o MNE destacou o papel “muito importante” do Banco Nacional de Angola, que “tem tomado medidas” para que as empresas que tinham receitas retidas por dificuldade de acesso a divisas internacionais vejam o seu problema resolvido.
“É designadamente o caso da TAP, disse o ministro, acrescentando que Angola previa que o processo relativo à companhia aérea estivesse “finalizado muito brevemente”.
O jornal Público noticiou, em abril, que a transportadora aérea tinha mais de 120 milhões de euros retidos em Angola, na maioria aplicados em títulos de dívida de curto prazo para proteger o dinheiro retido por dificuldades na obtenção de divisas para a expatriação do capital.
Algumas companhias, nomeadamente a portuguesa TAP, já tinham restringido o pagamento em moeda nacional angolana (kwanza) a viagens apenas com origem em Luanda, devido à falta de divisas para repatriar os dividendos.
A TAP é detida em 50% pelo Estado, através da Parpública, enquanto 45% está nas mãos do consórcio Atlantic Gateway, e os restantes 5% do capital pertencem aos trabalhadores.
Comentários