Foram detidas oito pessoas, esta segunda-feira, numa operação da Polícia Judiciária
Em comunicado, a Polícia Judiciária (PJ) adianta que esta operação decorre de um inquérito na qual se investigam as circunstâncias em que ocorreu o furto de material de guerra, entre a noite do dia 27 e a madrugada do dia 28 de junho de 2017, no Paiol de Tancos.
Em causa estão factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, furto, detenção e tráfico de armas, terrorismo internacional e tráfico de estupefacientes.
Os detidos serão presentes ao Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa para aplicação das medidas de coação.
Na operação com o nome “Operação Húbris II” participaram três magistrados do Ministério Público e 85 investigadores e o inquérito corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
O Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária, que conta com a colaboração de diversas unidades da PJ.
Recorde-se que a 25 de setembro, o Ministério Público justificou as detenções - uma delas o diretor da PJM - no caso da recuperação das armas (Operação Húbris) por suspeitas de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas.
O caso de Tancos já provocou a saída do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, e do chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisto Duarte, e algum incómodo nas relações entre a PJ e a PJM.
O coronel Luís Vieira, ex-diretor da Polícia Judiciária Militar é o único militar que está em prisão preventiva, tendo já apresentado um recurso para que a medida de coação fosse revista.
Três outros elementos da PJM foram constituídos arguidos e ficaram em liberdade embora suspensos do exercício de funções, proibição de contacto com os coarguidos e com quaisquer militares das Forças Armadas, da GNR e elementos da PJM.
O major Vasco Brasão, ex-porta-voz e investigador da PJM e encarregado de investigar o furto de Tancos foi detido ao abrigo do processo de aparecimentos de armas e está em prisão domiciliária sem vigilância eletrónica e proibido de contactar com os outros oito arguidos.
Os três militares do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé, incluindo o seu coordenador, sargento Lima Santos, estão entre os arguidos.
Azeredo Lopes já manifestou a “disponibilidade e interesse” em ser ouvido no âmbito do processo.
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