"Isso é da justiça", respondeu António Costa à RTP e a TVI à chegada a um almoço com a Associação Cabo Verdiana de Lisboa - iniciativa integrada na campanha do PS para as eleições legislativas.
O líder socialista não disse mais nada e seguiu diretamente para o local do almoço, um oitavo andar de um prédio na Rua Duque de Palmela, em Lisboa.
Na terça-feira, em Nova Iorque, o Presidente da República reiterou nunca ter sido informado, por qualquer meio, sobre o alegado encobrimento na recuperação das armas furtadas de Tancos, e sublinhou que "é bom que fique claro" que "não é criminoso".
"Espero que seja a última vez que falo sobre a matéria, até porque se aguarda a todo o momento a acusação, no caso de ela existir, e o que haja a investigar contra quem quer que seja, sem qualquer limitação, seja investigado", afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que se trata dos "mesmos factos, os mesmos elementos", de "há três ou quatro meses, que são reapresentados".
A estação televisiva TVI noticiou que o major da Polícia Judiciária (PJ) Militar Vasco Brazão referiu-se, numa escuta telefónica, ao "Papagaio-mor do Reino", que, segundo ele, sabia de tudo.
O advogado de Vasco Brazão, Ricardo Sá Fernandes, afirmou à TVI que tal afirmação "não teve em mente atingir o Sr. Presidente da República".
O furto de armas de guerra nos paióis de Tancos foi divulgado em 29 de junho de 2017.
Um dos arguidos do processo é o ex-ministro da Defesa Nacional José Azeredo Lopes, que está proibido de contactar com os outros arguidos, com o seu ex-chefe de gabinete e com o antigo chefe de Estado Maior do Exército, general Rovisco Duarte.
Quase três meses após a divulgação do furto das armas, a Polícia Judiciária Militar (PJM) revelou o aparecimento do material, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, em colaboração com elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé.
O processo de recuperação do material militar levou a uma investigação judicial, por suspeitas de associação criminosa, tráfico de armas e terrorismo no furto do armamento e durante a qual foram detidos o agora ex-diretor da PJM Luís Vieira e o antigo porta-voz da PJM Vasco Brazão e três militares da GNR, num total de oito militares.
Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.
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