Telmo Correia, deputado do CDS-PP, foi o protagonista de mais este ataque ao Governo, na fase final do primeiro dia de debate do Orçamento do Estado para 2019, no parlamento, em que criticou a falta de meios para as forças de segurança, PSP, GNR e PJ, por exemplo.
O deputado centrista qualificou o furto de armas dos paióis de Tancos, em 2017, e a posterior alegada encenação da recuperação do armamento por parte da PJ Militar, de “maior escândalo da democracia” em Portugal e lembrou que foi o CDS-PP a propor a criação de uma comissão de inquérito no parlamento.
“Quanto mais sabemos sobre Tancos, mais nos fica a ideia de que, na maior parte das democracias avançadas, Tancos não justificaria a saída de um Chefe do Estado-Maior do Exército, a demissão de um ministro, Tancos justificaria que o Governo, ele todo, fosse corrido”, afirmou.
Porque o furto das armas “é inadmissível, é uma vergonha e é absolutamente inaceitável”, concluiu.
Para Telmo Correia, quanto mais se vê “até onde chegou e até onde pode ter chegado o encobrimento” na recuperação das armas, tentando “menorizar primeiro e irresponsabilizar depois”, mais se justifica a comissão de inquérito ao furto de armas.
A comissão, proposta pelos centristas, foi aprovada na sexta-feira com os votos favoráveis de CDS-PP, PSD, PS, BE e PAN e teve a abstenção do PCP e do PEV.
O furto do armamento dos paióis de Tancos foi noticiado em 29 de junho de 2017, e, quatro meses depois, foi recuperada parte das armas.
Em setembro, a investigação do Ministério Público à recuperação do material furtado, designada Operação Húbris, levou à detenção para interrogatório de militares da Polícia Judiciária Militar e da GNR.
Na mesma altura, foi noticiada uma operação de encenação e encobrimento na operação, alegadamente organizada por elementos da Polícia Judiciária Militar, que dela terão dado conhecimento ao chefe de gabinete do ministro da Defesa, Azeredo Lopes.
Azeredo Lopes demitiu-se, entretanto, e foi substituído por João Gomes Cravinho.
O general Rovisco Duarte também apresentou a demissão de Chefe do Estado-Maior do Exército, tendo sido substituído pelo general José Nunes da Fonseca.
[Notícia atualizada às 21:21]
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