O CDS convocou os jornalistas, no parlamento, para uma declaração, horas depois de a edição “on-line” do semanário Expresso ter noticiado que o ex-porta-voz da Polícia Judiciária Militar (PJM), detido do processo, disse ao juiz de instrução que Azeredo Lopes foi informado do encobrimento da alegada encenação em torno da recuperação das armas, em outubro de 2017, cinco meses após o furto.
Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS, que propôs uma comissão parlamentar de inquérito ao caso de Tancos, disse não comentar notícias que partem de “da violação do segredo de justiça no âmbito de um processo judicial”, dizendo saber separa o que é da justiça e o que é da política.
Mas, na comissão de inquérito, os centristas querem “saber o grau de envolvimento, de conhecimento, atos e omissões do Governo em geral e do ministro da Defesa em particular”.
"Aquilo que é dever do parlamento é apurar o grau de conhecimento e envolvimento quer no furto de Tancos, sua gestão, quer depois na recuparação do material, da parte do ministro e do Governo", disse.
Nuno Magalhães defendeu ainda que, como vem repetindo há meses, o ministro “não tem condições” para continuar no cargo.
Sem comentar as notícias dos últimos dias, em torno de uma alegada encenação, pela PJM, da recuperação do armamento, e a hoje o presumível conhecimento do ministro, o líder da bancada centrista diz que não tem motivo para alterar a sua posição.
“Tudo o que vai acontecendo parece reforçá-la”, disse.
A "cada dia que passa", torna-se "mais evidente, mais claro" a "importância e necessidade desta comissão de inquérito", acrescentou.
Mais do comentar as notícias sobre as declarações do ex-porta-voz da PJM e detido no âmbito do processo relativo à recuperação das armas, Nuno Magalhães afirmou que "o importante é mesmo" ouvir, entre outros, os depoimentos de Azeredo Lopes e de Vasco Brazão.
A Assembleia da República vai debater e votar em 24 de outubro a proposta do CDS-PP de criação de uma comissão parlamentar de inquérito sobre as consequências e responsabilidades políticas no furto de armas em Tancos.
O furto de material militar dos paióis de Tancos - instalação entretanto desativada - foi revelado no final de junho de 2017.
Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições, tendo sido anunciada a sua recuperação em outubro, na Chamusca, distrito de Santarém.
(Notícia atualizada às 13:35)
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