Adrian Garcia, um detetive de El Paso, referiu que Patrick Crusius saiu do interior de um veículo parado num cruzamento pouco após o tiroteio, com as mãos erguidas e disse aos polícias: “Eu sou o atirador”.
Referiu ainda que Crusius recorreu aos seus “Miranda Rights” — o direito de se recusar a responder a perguntas ou fornecer informações às autoridades –, mas referiu que pretendia alvejar mexicanos durante o seu ataque.
O tiroteio de sábado num centro comercial de El Paso provocou 22 mortos, incluindo oito mexicanos, e cerca de 24 feridos. As autoridades norte-americanas já tinham definido o ataque protagonizado por Patrick Crusius como um “crime de ódio” e o procurador de El Paso informou que vai ser solicitada a pena de morte.
Anteriormente, as autoridades norte-americanas tinham anunciado estar a investigar uma possível ligação do suspeito com um manifesto publicado ‘online’ criticando “a invasão hispânica do Texas”.
El Paso, com cerca de 680.000 habitantes, está situada no oeste do Texas, junto à fronteira com o México e separada de Cidade Juárez pelo Rio Bravo del Norte (Rio Grande).
Nos fins de semana é um habitual local de compras para muitos mexicanos, que atravessam a fronteira.
Segundo o censo mais recente, 80% da população de El Paso é de origem hispânica (latino-americana).
Poucas horas após o atentado de El Paso, um atirador abateu a tiro nove pessoas em Dayton, Ohio, antes de ser morto pela polícia.
No domingo, o Governo do México disse que iria apresentar uma queixa por terrorismo e analisar a extradição do autor do tiroteio.
“Temos estado em contacto com a Procuradoria Geral da República para que nos seja fornecida toda a informação necessária e, caso o decidam, iniciar uma queixa [judicial] por terrorismo relacionada com cidadãos mexicanos atacados em território dos Estados Unidos”, referiu em conferência de imprensa o ministro dos Negócios Estrangeiros do México, Marcelo Ebrard.
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