"Decidimos copresidir a uma conferência para os dois Estados em junho do próximo ano", declarou Macron durante uma visita a Riade.
"Nos próximos meses, juntos vamos multiplicar e combinar as nossas iniciativas diplomáticas para levar todos por este caminho", acrescentou Macron, referindo-se a uma solução para o conflito na Faixa de Gaza que envolva a coexistência de Israel com um potencial Estado palestiniano.
Em resposta a uma pergunta sobre se França reconheceria um Estado palestiniano, o presidente francês disse que o faria "no momento certo" e "quando ativar movimentos recíprocos de reconhecimento".
"Queremos envolver vários outros parceiros e aliados, tanto europeus quanto não europeus, que estão prontos para seguir nesta direção, mas que estão à espera de França", acrescentou.
Macron disse que o objetivo é "dar início a um movimento de reconhecimento a favor de Israel" que, afirmou, poderia "oferecer respostas em termos de segurança para Israel e convencer as pessoas de que a solução de dois Estados é uma solução relevante para Israel".
A Arábia Saudita parecia próxima de um acordo para normalizar as relações com Israel como parte de um pacote que incluiria garantias de segurança de parte dos Estados Unidos antes do ataque do Hamas em solo israelita em 7 de outubro de 2023, que foi o rastilho da guerra em Gaza, que já dura quase 14 meses.
O reconhecimento por parte da Arábia Saudita seria um marco na aceitação de Israel, uma vez que o reino abriga os dois lugares mais sagrados do Islão.
Mas Riade informou estar relutante em seguir em frente enquanto Israel prosseguir com sua campanha em Gaza, endurecendo a sua posição nos últimos meses e afirmando que não reconheceria Israel sem um Estado palestiniano independente.
O anúncio de hoje surge enquanto a Assembleia Geral da ONU deve votar, mais tarde nesta terça, a convocação de uma conferência internacional em junho com vistas a avançar na solução de dois Estados como parte da sua revisão anual da questão palestiniana.
Os pedidos por uma solução de dois Estados, com base num Estado palestiniano estabelecido ao lado de Israel, intensificaram-se desde o início da guerra em Gaza.
Em setembro passado, Espanha sediou uma reunião de autoridades europeias e ministros de países muçulmanos, inclusive a Arábia Saudita, depois que Madrid, juntamente com a Irlanda e a Noruega, reconheceram formalmente um Estado palestiniano, abrangendo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
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