“O pleno cumprimento de todos os horários previstos, justamente reclamado pelos passageiros em total correspondência com os objetivos do Conselho de Administração, implica 24 tripulações, ou seja, 24 mestres do tráfego local, 24 maquinistas e 48 marinheiros. A empresa tem ao serviço, à data de hoje, 18 mestres, tendo concluído o concurso interno para mais quatro”, refere em resposta por escrito enviada à agência Lusa.
A Soflusa explica que os novos mestres necessitam de um período obrigatório de formação de 30 a 60 dias e que a “regularidade do serviço só pode ser assegurada com recurso à prestação de trabalho suplementar pelos mestres”.
A empresa frisa que chegou a um acordo com o Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e da Marinha Mercante (STFCMM) no dia 31 de maio, com aumento dos valores do prémio de chefia, o que permitiu o levantamento do pré-aviso de greve dos trabalhadores com a categoria profissional de mestre, já depois de várias ações de protesto, com greve parcial e recusa ao trabalho extraordinário, que causaram diversas perturbações nas carreiras.
“No dia 17 de junho, a empresa iniciou negociações com todos os sindicatos subscritores do acordo de empresa (AE), tendo sido assinado protocolo que visa dar execução material e garantir a concretização do acordo de 31 de maio”, acrescenta a empresa.
Este protocolo foi assinado por todas as partes envolvidas, com exceção do STFCMM.
“Não tem sido possível a realização de trabalho suplementar pelos mestres, o que tem originado novas perturbações de serviço na ligação fluvial entre Barreiro e Lisboa. Acresce que o STFCMM entregou um pré-aviso de greve, a todo o trabalho extraordinário, a partir do dia 06 de julho, bem como um pré-aviso de greve entre as 00:00 do dia 08 de julho e as 24:00 horas do dia 10 de julho de 2019”, explica.
A Soflusa salienta que a regularização da prestação do serviço está pendente das “negociações em curso, para enquadramento do acordo de 31 de maio, bem como da conclusão do período de formação dos novos quatro mestres e respetivo início de funções”.
Os mestres da empresa Soflusa estão a recusar o trabalho extraordinário desde o dia 18 de junho, exigindo que seja respeitado o acordo para aumentar o prémio de chefia, que dizem ter sido “suspenso”.
Um comunicado conjunto do Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e da Marinha Mercante e da Comissão de Mestres enviado à agência Lusa, no dia 20 de junho, refere que estes se sentem “ofendidos, revoltados e magoados”, tendo decidido uma suspensão do trabalho extraordinário.
A decisão de aumentar o prémio dos mestres, em cerca de 60 euros, levou a que sindicatos de outros categorias profissionais na empresa também avançassem com plenários e pré-avisos de greve, alegando que esta subida causaria uma “desarmonia salarial”.
“No passado dia 11 de junho, as estruturas sindicais foram notificadas para uma reunião no Ministério do Ambiente com o secretário de Estado, para informar o início da revisão do acordo de empresa para o ano civil de 2020, juntamente com a conclusão do Regulamento de Carreiras, e planear um calendário de negociações a partir do dia 17 junho”, explica o comunicado conjunto.
No dia 17 de junho, na véspera de uma greve marcada pelo Sindicato da Mestrança e Marinhagem da Marinha Mercante, Energia e Fogueiros de Terra (SITEMAQ), foi anunciado que esta seria suspensa na sequência da subscrição de um protocolo negocial entre a administração da empresa e os sindicatos, com o STFCMM a ser o único que não assinou.
Desde que os mestres voltaram a recusar o trabalho extraordinário que diversas carreiras têm sido suprimidas, o que afetado diariamente milhares de utentes.
Na sexta-feira está agendado nova reunião entre a administração da empresa e os sindicatos de trabalhadores da Transtejo/Soflusa.
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