A atualização do número de mortos foi avançada por Luis Filipe Puente, coordenador nacional da proteção civil.
As equipas de socorro continuam as buscas nos escombros de vários edifícios que ruíram devido ao sismo de magnitude 7,1, registado às 13:14 locais de terça-feira (19:14 em Lisboa).
Entre os mortos (117) na capital federal, na Cidade do México, estão pelo menos 21 crianças e quatro adultos no desabamento da escola primária Enrique Rebsamen. A escola primária Enrique Rebsamen, localizada no extremo sul da capital, é considerada um dos locais prioritários dos trabalhos de resgate, e concentra centenas de socorristas e militares, além de dezenas de pais desesperados que tentam saber o paradeiro dos filhos.
O presidente Enrique Peña Nieto visitou o local e conversou com socorristas. "Há 30 crianças desaparecidas, além de oito adultos, e seguem os trabalhos de resgate", revelou.
O sismo teve o seu epicentro a 12 quilómetros a sudeste de Axochiapan, no estado central de Morelos, a uma profundidade de 57 quilómetros, e destruiu uma ponte que liga a capital, a Cidade do México, com Acapulco.
O presidente do México ativou o plano de emergência do país. Na rede social Twitter, Enrique Peña Nieto revelou ainda que convocou o Comité Nacional de Emergências para coordenar todas as ações de ajuda e que todos os hospitais que ficaram danificados com o sismo estão a ser evacuados. O "PlanMX" permite que as autoridades acelerem a resposta de emergência em situações de maior gravidade.
Este sismo aconteceu no dia em que se completam 32 anos desde que um poderoso terramoto de 8,1 deixou mais de 1o mil mortos na Cidade do México.
Assim como em 1985, dezenas de civis transformaram-se em socorristas improvisados para procurar sobreviventes entre os escombros.
A Cidade do México conta com um sistema de alertas que se ativa um minuto antes do sismo, mas jornalistas da AFP afirmaram que desta vez o alerta só foi ouvido no mesmo momento em que se sentiu o tremor.
A 7 de setembro passado, um terremoto de magnitude 8,1, o mais forte em um século no México, deixou 96 mortos e mais de 200 feridos no sul do país, especialmente nos estados de Oaxaca e Chiapas.
Sem registo de vítimas portuguesas até ao momento
O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, disse hoje à Lusa que, até cerca das 03:30 (hora de Lisboa), não havia registo de portugueses entre as vítimas do sismo que atingiu o México na terça-feira à noite.
Até às 03:30 [21:30 no México], não havia registo de qualquer português" entre as vítimas, adiantou à Lusa o governante, que indicou contudo que é ainda "muito prematuro" fazer uma avaliação das consequências do abalo.
As autoridades mexicanas, acrescentou, "estão em fase de procura avaliar os estragos e vítimas".
O gabinete de emergência consular "está a acompanhar as diligências", disse José Luís Carneiro.
A comunidade portuguesa estimada no México ronda as duas mil pessoas.
Caos e cheiro a gás apodera-se da Cidade do México
Milhares de pessoas aterrorizadas saíram às ruas da Cidade do México após o sismo com rostos assustados e um persistente cheiro a gás.
As pessoas juntaram-se perto dos edifícios colapsados, cobrindo os rostos com as mãos devido ao cheiro a gás, enquanto procuravam informações sobre os seus familiares presos nos escombros.
As autoridades cortaram as ruas e helicópteros ajudavam a coordenar o trabalho das autoridades mexicanas que se encaminhavam para os locais destruídos pelo sismo.
Julia, uma mulher de meia idade, contou à agência noticiosa espanhola Efe como sobreviveu à derrocada do edifício.
"Estávamos lá dentro, num curso de micropigmentação, quando começou tremer. Estávamos no quinto andar e todo o edifico começou a cair. Nós rastejamos como pudemos para sair, porque tudo estava coberto de terra e pó", disse.
Beatriz Pérez, uma mulher residente na capital do México, estava preocupada com a situação da filha.
"Quando atravessei a rua só via fumo e disse 'meu Deus' este é o prédio da minha filha. Eles estão enterrados lá. De certeza que estão debaixo da mesa, eu conheço-os, quando treme é ali que se escondem", disse, referindo-se à sua filha e ao parceiro.
Durante a madrugada, as equipas de resgate prosseguiram com os esforços para retirar as pessoas que ficaram soterradas pelos escombros e as autoridades aconselham as pessoas a afastarem-se das ruas. Os semáforos estão desligados e o trânsito está caótico.
Cada vez que alguém é retirado com vida, as pessoas que estão agrupadas em redor aplaudem, enquanto outros estão desolados à espera que se mencione o nome dos seus familiares, segundo a reportagem da Efe.
(Notícia atualizada às 09h29)
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