O seu colega e compatriota Alfredo Bryce Echenique foi um dos primeiros a dizer que todo o Peru está de luto pela partida de Vargas Llosa, a quem descreveu como “o peruano de todos os tempos”, em declarações à estação de rádio local RPP.

A jornalista e escritora venezuelana Karina Sainz Borgo publicou, na sua página de Instagram, uma foto sua na companhia de Mario Vargas Llosa, escrevendo: “Muito obrigada por tudo. Pela ‘Casa Verde’. Pela imensa catedral de cada um dos teus romances. Por teres gravado na minha cabeça o intelectual dedicado à causa pública. És o último da tribo, mestre”.

Também o escritor espanhol Arturo Pérez-Reverte se despediu, no Instagram, com uma foto em que está numa mesa acompanhado de Vargas Llosa, Javier Marias (que morreu em 2022) e da diretora editorial da Alfaguara, Pilar Reyes, registo de uma reunião e conversa com os “três autores mais universais” das letras espanholas, que se intitulava “Somos os últimos pistoleiros”.

A acompanhar a foto, Arturo Pérez-Reverte escreveu que “fica sempre um para contar a história, embora, no final, haja sempre outros que acabam por contar a história àquele que a conta”.

Pilar Reyes, por sua vez, expressou a sua gratidão ao escritor, através de uma publicação nas redes sociais, que diz: “Ajudou-nos a ver mais longe” e “a sua obra e o seu pensamento continuarão a iluminar-nos”.

A escritora Carmen Posadas afirmou – nas suas redes sociais – que “Mario Vargas Llosa foi e será sempre uma referência, uma inspiração, um modelo a seguir”, confessando que o que mais admirou da sua “personalidade multifacetada” foi o “seu compromisso com o tempo em que viveu, a sua coragem na defesa das suas ideias e, sobretudo, o seu amor pela liberdade”, acrescentando que, por isso, “não só a sua deslumbrante obra literária, mas também o seu legado” permanecerão.

A Fundação Gabo, criada pelo seu amigo e rival Gabriel García Márquez, lamentou a morte de Vargas Llosa, descrevendo-o como “um mestre da narrativa em espanhol e uma figura-chave da literatura latino-americana”.

A Real Academia Espanhola lamentou o falecimento do seu membro efetivo Mario Vargas Llosa e apresenta as suas condolências à sua família e amigos.

A Academia Sueca, que atribui o Prémio Nobel, recordou Mario Vargas Llosa, que galardoou em 2010, como o “o coração” do ‘boom’ latino-americano", considerando que “a sua obra reflete o seu profundo amor pela narrativa, caracterizada por uma riqueza de linguagem e uma variedade de géneros, desde livros autobiográficos e romances históricos até à ficção erótica e 'thrillers'”.

De acordo com uma publicação na rede social X, a academia reiterou a “importância” da sua figura para a literatura e cultura latino-americanas e destacou a sua “extensa obra”, que inclui mais de 30 romances, bem como peças de teatro, ensaios, crítica literária e jornalismo.

Também a Academia Francesa, da qual Mario Vargas Llosa era, desde 2023, membro e primeiro escritor de língua espanhola a aderir, se despediu com “tristeza”.

A Presidente do Peru, Dina Boluarte, e o governo, em geral, “lamentaram profundamente” a morte de Mario Vargas Llosa, que classificam como um “escritor universal e distinto Prémio Nobel da Literatura”.

O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, lamentou a morte do autor de “Conversa n'A Catedral”, definindo-o como um “mestre universal da palavra” e agradecendo-lhe o seu “imenso trabalho” com “livros fundamentais para a compreensão do nosso tempo”.

Já o Presidente francês, Emmanuel Macron, prestou homenagem a Vargas Llosa, destacando o facto de o Prémio Nobel ser membro da Academia Francesa e o valor da sua obra, com a qual “opôs a liberdade ao fanatismo”.

O futebol peruano também se despediu com tristeza do escritor, “o mais ilustre adepto” do Universitario de Deportes, atual bicampeão nacional, que “lamentou profundamente” a sua morte.

Numa mensagem na rede social X, a equipa encerrou a sua mensagem com a frase “Descansa em paz, Don Mario!”, acompanhada por uma fotografia do escritor a agitar a bandeira da U, numa homenagem que lhe foi prestada no Estádio Monumental, após ganhar o Prémio Nobel da Literatura.

Também o Alianza Lima, rival clássico dos U's e a Federação Peruana de Futebol (FPF) utilizaram as suas redes sociais para se despedir do “ilustre peruano, Prémio Nobel e amante do futebol”.

Mario Vargas Llosa, escritor, político e académico, nascido em Arequipa a 28 de março de 1936, morreu na sua casa em Lima, onde residia desde 2022, depois de um longo percurso que o levou a viver na Europa desde os anos 90, informaram os seus filhos nas redes sociais.

Para trás fica uma vida que o levou a tornar-se um dos inovadores do romance realista, com uma biografia política e literária digna de um dos seus melhores romances.

Os familiares do autor de “Conversa n'A Catedral” e “A Festa do Chibo”, entre outros, disseram que nas próximas horas e dias irão proceder “em conformidade com as suas instruções”, que incluem a não realização de “cerimónias públicas”.

"Um génio das letras" e "um mestre universal da palavra". As reações à morte do vencedor do Prémio Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa sucedem-se do Peru, onde foi decretado um dia de luto nacional, ao exterior.

Luto nacional no Peru

A presidente do Peru, Dina Boluarte, lamentou a morte e afirmou que "o seu génio intelectual e a sua vastíssima obra permanecem como um legado imperecível para as futuras gerações".

O governo peruano decretou "Luto Nacional no dia 14 de abril" e anunciou que vai deixar as bandeiras a meia haste nas instituições públicas, segundo um Decreto Supremo divulgado à meia-noite.

O escritor peruano Alfredo Bryce Echenique, amigo de Vargas Llosa, afirmou que a sua partida é "um luto para o Peru". "Ninguém nos representou tanto quanto ele no mundo pela sua obra em geral, a sua teimosia, a sua limpeza, a sua enormidade", acrescentou.

América Latina

O presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, descreveu Vargas Llosa como "mestre da palavra, grande cronista da América Latina e intérprete exponencial de suas rotas e destinos". Acrescentou que a "sua profusa e profunda obra literária permanece como um enorme legado para a América Latina e o mundo".

"Mario Vargas Llosa morreu, o mestre dos mestres. Deixa-nos obra, admiração e exemplo. Deixa-nos um rumo para o futuro", escreveu no X o ex-mandatário colombiano Álvaro Uribe.

"Mario Vargas Llosa foi um escritor gigante, que descreveu a América Latina com uma caneta de lágrimas reais numa ficção delicada e inquisidora", declarou no X o presidente chileno, Gabriel Boric.

Estados Unidos

"Entristecido ao saber do falecimento do grande escritor e intelectual peruano Mario Vargas Llosa", comentou na rede X o subsecretário de Estado americano, Christopher Landau, que destacou que os "seus temas e interesses eram intemporais e universais, como foi reconhecido pelo seu Prémio Nobel de Literatura".

Espanha

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, descreveu Vargas Llosa como um "mestre universal da palavra".

"O meu agradecimento como leitor por uma obra imensa, por tantos livros essenciais para entender o nosso tempo. Em nome do Governo da Espanha, envio minhas condolências à família e amigos e à grande comunidade de leitores e leitoras em todo o mundo", escreveu no X.

O ministro da Cultura, Ernest Urtasun, destacou "um dos grandes nomes da literatura universal" durante uma entrevista televisiva. "Todos nós temos um livro de Vargas Llosa nas nossas memórias de jovens leitores", adicionou.

A Casa Real da Espanha publicou no X uma foto do escritor com o rei e a rainha, agradecendo-lhe por "sua imensa obra". "O Olimpo das letras universais abriu as suas portas para ele", acrescentou.

Em Madrid, a Casa de América lamentou no X a morte de uma "figura emblemática do boom latino-americano" e destacou que a carreira do autor "foi marcada pela paixão pela literatura e pelo compromisso de explorar a condição humana através das suas histórias".

O diretor do Instituto Cervantes, Luis García Montero, agradeceu pela carreira "exemplar" do autor, a "qualidade dos seus romances e pela lucidez de seus ensaios".

França

O presidente frances, Emmanuel Macron, prestou a sua "homenagem" ao escritor esta segunda-feira, quando o descreveu como um "génio das letras".

Vargas Llosa "pertenceu a França, através da Academia (Francesa), através do seu amor por nossa literatura (...) Com a sua obra, opôs a liberdade ao fanatismo, a ironia aos dogmas, um ideal tenaz diante das tempestades do século", escreveu ele no X.

O autor peruano tornou-se, em 2023, o primeiro escritor sem uma obra original em francês a entrar para a Academia Francesa.

A instituição para a promoção da língua francesa, fundada em 1635, emitiu um comunicado para informar da sua morte.

"O secretário Perpétuo e os membros da Academia Francesa estão tristes em anunciar a morte do seu colega, Mario Vargas Llosa, que faleceu em 13 de abril de 2025 em Lima (Peru). Tinha oitenta e nove anos de idade. Foi eleito em 25 de novembro de 2021 para ocupar a cadeira de Michel Serres (18ª cadeira)".

Fundação Gabo

A Fundação Gabo, criada pelo escritor Gabriel García Márquez, lamentou no X "a morte de Mario Vargas Llosa, mestre da narrativa em espanhol e figura fundamental da literatura latino-americana. Acompanhamos sua família, amigos e leitores no seu luto".

O autor peruano manteve uma estreita amizade com o escritor colombiano, que também fez parte do boom latino-americano. Mas o relacionamento entre eles terminou abruptamente com um soco do peruano, envolto em mistério. "Deixe que os biógrafos tratem disso", disse Vargas Llosa sobre o incidente.

Editora Alfaguara

Pilar Reyes, diretora editorial da Divisão Literária da Penguin Random House e diretora editorial da Alfaguara, também reagiu à morte do autor.

"É com infinita tristeza que recebemos a notícia da morte de Mario Vargas Llosa. A sua obra e os seus pensamentos continuarão a nos iluminar. À sua família, minhas mais sinceras condolências. A Mario, toda a nossa gratidão por uma vida em que nos ajudou a ver mais longe", escreveu no X.

*Com agências