Depois de uma reunião com a ministra da Saúde, Marta Temido, na sequência do encerramento em vários hospitais das urgências de obstetrícia, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fnam), disseram que o problema no SNS não é pontual mas sim estrutural.
“Não me pareceu que a ministra estivesse tão ciente que isto não é um problema pontual, é um problema estrutural”, disse Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do SIM, após a reunião, acrescentando que a ministra “não tem a noção da gravidade da situação nos serviços de obstetrícia”, que se estende também à medicina interna, anestesiologia, e “um pouco por todo o SNS”.
“Em vez de investir no SNS estão a apostar em trabalho precário”, afirmou o responsável, referindo que da reunião os sindicatos esperavam respostas concretas em relação “à gravidade do problema, que não é de agora”.
Roque da Cunha declarou que "nunca se investiu tão pouco no SNS”, considerando que a reunião com Marta Temido valeu pelo facto de a ministra reconhecer que há um problema.
E esse problema, apontou, não tem a ver com folgas ou férias dos médicos, tem a ver com a falta de médicos nas escalas de serviço e é um problema não conjuntural, mas estrutural.
Noel Carrilho, presidente da Fnam, também disse que a necessidade de médicos no SNS “é perfeitamente evidente”, e lamentou que da reunião não tenha saído qualquer proposta por parte de Marta Temido.
“É preciso valorizar o profissional médico do SNS, o prestador de serviços é mais valorizado do que o profissional do SNS”, lamentou.
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