“Não foi possível atingir um acordo sobre os temas que vão constar no protocolo negocial, desde logo porque um dos temas mais relevantes é a grelha salarial. Assim sendo, o sindicato independente dos Médicos recusou assinar o protocolo negocial”, afirmou o secretário-geral do SIM, Nuno Rodrigues, à saída da reunião com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, em Lisboa.
Nuno Rodrigues sublinhou que “o Governo não se compromete, neste momento, com uma negociação imediata das grelhas” salariais e contou que a reação do SIM foi dizer que para se fazer “uma mesa negocial séria” o protocolo negocial tem que incluir este “tema crucial”.
“O Governo ficou de pensar e esperamos que pense muito bem, porque se quer médicos no Serviço Nacional de Saúde, se quer dar uma perspetiva de futuro tem de incluir estes temas, nomeadamente a grelha salarial em cima do protocolo negocial”, defendeu o dirigente sindical, recordando que o SIM já assinou “mais de 36 acordos com todos os governos, governos regionais, com setor social e o setor privado”.
Nuno Rodrigues salientou que “a bola está do lado do Governo” - que disse ter ficado de ver se era possível incluir este tema no protocolo - e avisou que se o Governo quer “resolver os problemas do SNS tem ter os profissionais do seu lado”.
“De outra forma não será possível e isto vai causar uma tremenda instabilidade e confusão”, alertou o líder do SIM.
Segundo Nuno Rodrigues, a tutela apresentou na reunião dois temas: a avaliação de desempenho e a formação dos médicos internos, temas também cruciais do caderno reivindicativo do SIM e com os quais concordaram de imediato.
Lembrou ainda que o SIM, “depois de 18 longos meses”, chegou a um acordo intercalar com o Governo anterior e a expectativa é que este Governo completasse esse acordo, mas no protocolo que lhes foi entregue hoje isso não está vertido.
“O Governo diz que primeiro iríamos tratar destas duas matérias e que depois não exclui, inclusive, um aumento salarial para o próximo ano, mas não está por escrito. Portanto, nós aceitamos diálogo com certeza, mas queremos medidas concretas e as medidas concretas vêm por escrito”, concluiu.
Comentários