Os trabalhadores dos CTT - Correios de Portugal estão hoje em greve contra o pagamento do subsídio de almoço em cartão de refeição.
Até às 12:00, "a adesão à greve era de 74% no continente e ilhas", afirmou à Lusa Victor Narciso.
"Estamos bastante satisfeitos", acrescentou o sindicalista.
Por sua vez, os CTT "informam que, tendo procedido ao registo no sistema de processamento de vencimentos dos trabalhadores” que aderiram à greve, “apuraram uma taxa efetiva de adesão de apenas 18,5% até às 12:00 desta sexta-feira, sem impacto expressivo na atividade da empresa".
Os Correios de Portugal garantem, em comunicado, que "a distribuição postal continua, portanto, a ser prestada durante o dia de hoje, não tendo esta paralisação tido impacto na atividade e operação, não se sentindo qualquer interrupção do serviço aos clientes".
Relativamente às lojas, "a greve também não afetou o serviço, uma vez que todas as 544 lojas CTT se encontram abertas", adiantam.
"Com esta baixa adesão, a maioria da população e dos nossos clientes não sentirão qualquer efeito da greve", prosseguem, adiantando que nos locais "onde eventualmente se sentirem" constrangimentos, "os CTT, caso seja necessário, vão proceder a uma distribuição extraordinária de correio nos próximos dias".
O SNTCT entregou um pré-aviso de greve para hoje abrangendo os trabalhadores dos CTT Expresso e dos CTT – Correios de Portugal e tem outro para 12 de junho.
De acordo com o sindicato, os trabalhadores não aceitam a proposta de atribuição de um cartão de refeição como forma de pagamento do subsídio de alimentação, substituindo, assim, o pagamento no vencimento mensal por transferência bancária, como tem sido feito até ao momento.
Esta paralisação abrange a rede de distribuição postal (carteiros) e a rede de atendimento (Lojas CTT), porém não contempla a rede de Postos de Correio explorados por parceiros dos CTT, nem os agentes que prestam serviços de pagamento PayShop.
No comunicado, os CTT referem que estão "muito focados na atual problemática covid-19 e em acompanhar em permanência todas as recomendações das autoridades", salientando que "a empresa tem reforçado continuamente a aquisição de produtos de proteção e divulgado as formas adequadas da sua utilização".
Salientam que, durante o período de pandemia, os "CTT distribuíram 12.000 unidades de embalagens individuais de gel álcool; 2.000 proteções de acrílico para os balcões de atendimento; 11.340 viseiras de proteção individual; 40 termómetros digitais 'no touch' para as salas de isolamento e portarias dos edifícios; 3.540 embalagens de 750 ml de líquido desinfetante de superfícies; 151.000 máscaras cirúrgicas esterilizadas; 22.000 máscaras 'sociais' reutilizáveis; 1.750 litros de gel álcool por semana, o que corresponde a um total até à presente data de mais de 20.000 litros e 214.000 pares de luvas".
A empresa reitera que "o fundamento para esta greve, a decisão de pagamento do subsídio de refeição através de cartão refeição aos colaboradores que ainda não tinham optado por essa via, não tem qualquer razão de ser e procura reagir à quebra de proveitos decorrente do atual contexto" que se vive "e defesa da sustentabilidade da empresa, sem nunca prejudicar os rendimentos dos seus colaboradores".
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