Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Nacional de Transportes de Passageiros (ANTROP) que esta manhã esteve na estação da Fertagus no Pragal, disse que esta medida “muito positiva” tem três virtudes: ajudar as pessoas, os motoristas que estavam em ‘lay-off’ desde março devido à crise provocada pela pandemia de covid-19 e reanimar o mercado turístico com o regresso à estrada de veículos que estavam parados desde abril.
“Hoje começou o reforço rodoviário para algumas carreiras ferroviárias suburbanas. Este reforço foi por via da acumulação de passageiros em determinados horários que levaram a que houvesse alguma preocupação acrescida relativamente à segurança e tranquilidade no transporte”, disse.
De acordo com Luís Cabaço Martins, esta medida veio dar um sinal positivo ao permitir que as pessoas se possam desdobrar entre o comboio que habitualmente utilizam e alguns reforços rodoviários de acesso a Lisboa que vão fazer linhas diretas nos pontos mais importantes e que até agora apresentavam maiores níveis de procura.
“Neste momento temos reforços do Pragal para Lisboa reforçando a Fertagus, temos do Laranjeiro para Cacilhas e do Pragal para a universidade reforçando o metro Sul do Tejo, temos reforços da parte da tarde de Lisboa para Setúbal reforçando a Fertagus e por fim reforços nas horas de ponta da manhã e da tarde do Cacém e Amadora para Lisboa reforçando a CP”, adiantou.
Para o presidente da ANTROP, esta medida também é muito positiva do ponto de vista social, pois vai permitir que cerca de 60 motoristas de várias empresas possam sair do ‘lay-off’.
“Estavam completamente parados desde março em casa e esta é uma medida positiva do ponto de vista do bem-estar das pessoas e das questões ligadas ao emprego. Esta medida tem ainda uma terceira virtualidade que é reanimar um pouco o mercado turístico que também estava parado”, salientou.
Apesar de o serviço ter sido apenas anunciado na terça-feira, Luís Cabaço Martins considera que com o passar dos dias a procura vai ser maior.
“Neste momento [cerca das 07:30 de hoje] temos pouca gente. O serviço só começou a ser divulgado ontem [terça-feira] e é um serviço complexo na sua organização e logística”, disse.
O presidente da ANTROP explicou que o serviço envolveu várias entidades desde a Câmara Municipal de Lisboa, operadores ferroviários, Área Metropolitana de Lisboa e operadores rodoviários.
“Houve problemas que tiveram de ser resolvidos até ao fim, do ponto de vista logístico e só ontem [terça-feira] é que tivemos a garantia absoluta de que teríamos possibilidade de começar hoje. Portanto, a informação ao público começou a ser feita ontem e é natural que ainda haja pouco conhecimento, mas à medida que os dias forem passando vamos com certeza ter mais procura porque ele é necessário”, concluiu.
Na terça-feira, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) explicou em comunicado que o reforço de oferta terá um custo de 750 mil euros e que estes transportes irão decorrer diariamente durante 62 dias.
As exceções serão os dias 30 de novembro, 01, 07, 08 e 25 de dezembro, 01 de janeiro e 16 de fevereiro.
Para o apoio à Fertagus serão afetadas 13 viaturas, que farão os percursos Pragal /Sete Rios, entre as 6:20 e as 8:20, Sete Rios / Pragal, entre as 17:20 e as 18:10, Sete Rios / Setúbal, entre as 17:15 e as 17:30, explica a AML.
Relativamente à Metro Transportes do Sul, o serviço de apoio envolve 22 viaturas, nos percursos Cacilhas / Laranjeiro, entre as 16:30 e as 18:10, Laranjeiro / Cacilhas, entre as 7:20 e as 8:10, Universidade Nova / Pragal, entre as 16:30 e as 18:10, e Pragal / Universidade Nova, entre as 7:20 e as 8:10.
Para apoio à CP e Metropolitano de Lisboa, serão disponibilizados 36 autocarros, para os percursos Amadora CP / Metro Pontinha, entre as 7:00 e as 8:25, e Cacém CP / Metro Pontinha, entre as 7:00 e as 8:25.
Apesar desta solução de apoio rodoviário do turismo à ferrovia, anunciada pelo secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, no início de novembro, estar prevista também para o Porto, vai iniciar-se, para já, apenas em Lisboa, segundo a ANTROP.
Na altura do anúncio, o Governo avançou que as Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto iam ter 1,5 milhões de euros para aquisição de serviços de transportes.
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