Outros três elementos das Brigadas Vermelhas são procurados em França.
No total, o Executivo italiano pediu a detenção e extradição de 10 pessoas.
A decisão de transmitir à Justiça “os pedidos italianos, que originalmente diziam respeito a 200 indivíduos” foi tomada diretamente pelo presidente Emmanuel Macron.
Em termos judiciais o assunto enquadra-se na “Doutrina Miterrand” que usa o nome do antigo chefe de Estado francês que concedeu asilo político em França aos membros das Brigadas Vermelhas que não cometeram crimes de sangue.
A extradição dos ativistas de extrema-esquerda refugiados em França “após os anos de chumbo”, entre 1968 e 1982, é um pedido antigo de Itália que as autoridades francesas têm recusado.
A elaboração da lista com os 10 nomes é resultado “de um importante trabalho bilateral de preparação” que se prolongou durante vários meses e que diz respeito aos autores de “crimes mais graves”, sublinha a nota do Palácio do Eliseu.
“O Presidente queria resolver este assunto que a Itália vinha a pedir há vários anos (…). A França também foi afetada pelo terrorismo e entende que as vítimas precisam que se faça justiça”, acrescenta o mesmo documento.
A Justiça francesa deve pronunciar-se em breve sobre a extradição dos detidos.
Nas próximas 48 horas, os antigos elementos das Brigadas Vermelhas devem ser presentes ao Tribunal de Recurso de Paris para que um juiz decida a extradição ou a libertação sob supervisão judicial.
O assunto ressurgiu depois da captura de Cesare Battisti, membro das Brigadas Vermelhas, capturado em janeiro de 2019 na Bolívia e que viveu durante quase 40 anos em França e no Brasil.
Na altura da detenção de Battisti, o então ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, afirmou que “a França acolheu durante vários anos assassinos que mataram inocentes” tendo pedido a extradição “de 15 terroristas italianos, que tinham sido condenados” mas que “levavam uma boa vida” em território francês.
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