Os números do primeiro dia de greve dos funcionários do serviço documental “ainda não são definitivos, até porque há pessoas de férias, mas as nossas estimativas são de uma adesão de 80%”, disse à agência Lusa a presidente do Sindicato dos Funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SinSEF), Manuela Niza.
“A greve está a ter uma forte adesão no atendimento ao público. Nos serviços da avenida António Augusto Aguiar, por exemplo, são os mediadores culturais que estão a fazer o atendimento ao público”, acrescentou Manuela Niza, sublinhando que está “imensa gente à porta” daquele serviço do SEF situado em Lisboa, onde “as marcações estão a ser reagendadas e os processos estão parados”.
Os funcionários do serviço documental iniciaram hoje uma greve de três dias como forma de protesto contra a situação laboral.
Estes trabalhadores são responsáveis pela análise documental e tratam também dos Vistos Gold, dos reagrupamentos familiares, fazendo a análise de quem pode ou não vir para Portugal. Um trabalho que, para Manuela Niza, recebe em troca "um salário de miséria".
“Têm uma enorme responsabilidade, mas o salário médio líquido são 600 euros. Podiam ir para o centro de saúde tirar senhas para distribuir pelos utentes porque iriam ganhar exatamente o mesmo”, descreveu.
Estes trabalhadores pedem, “há mais de quatro anos”, um estatuto próprio e a integração na lei orgânica, afirmou a presidente do SinSEF, lembrando que a carreira especial que tinham foi abolida em 2008 e desde então passaram a integrar a carreira geral.
“Os funcionários do SEF têm disponibilidade permanente, mas os funcionários do serviço documental não têm direito a subsídio de disponibilidade apesar de estarem disponíveis quando é preciso”, criticou.
Os trabalhadores protestam também contra a falta de pessoas nos serviços documentais que, segundo Manuela Niza, são menos de 500 mas deveriam ser o dobro.
Sublinhando a importância do trabalho destes funcionários, que analisam os processos de concessão ou renovação de vistos, a presidente do SinSEF acrescentou que “a segurança previne-se não se combate”.
Comentários