Em conferência de imprensa no ministério da Defesa Nacional, em Lisboa, Jens Stoltenberg disse registar com agrado que Portugal "parou os cortes nos gastos com a Defesa e também que começou a aumentar".

"Contudo, eu espero que continuem porque precisamos de mais investimentos por parte dos Aliados para garantir que estamos a cumprir a promessa que fizemos na cimeira de Gales em 2014", afirmou.

O secretário-geral da NATO lembrou o compromisso assumido em Gales pelos países aliados no sentido de aumentarem gradualmente as despesas com a Defesa até 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em dez anos, até 2024.

Ao lado do ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, o secretário-geral da Organização disse que nos encontros hoje mantidos com o governo português foi focada a questão da "partilha de encargos".

"A partilha de gastos não é apenas sobre gastos, mas também sobre contribuir para as capacidades militares da Organização e contribuir com militares para as operações. Mas é também sobre investir na nossa Defesa", reforçou.

Jens Stoltenberg visitou hoje as instalações militares da Organização, em Lisboa, e reuniu-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, com o ministro da Defesa e com o Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, Marcelo Rebelo de Sousa.

O secretário-geral da NATO acrescentou que foi discutida a forma como "juntos" os países aliados poderão "responder e adaptar-se a um ambiente de segurança cada vez mais exigente".

O responsável disse estar "grato" pela forma como Portugal, que classificou como um "aliado chave", está a contribuir para as missões e operações NATO, e destacou a construção da academia de comunicações e `ciberdefesa´ da NATO em Oeiras, que estará em funcionamento no próximo ano. Portugal contribuirá em 2018 para sete missões e operações da Aliança Atlântica, destacando-se o reforço da missão no Afeganistão a partir de abril, com 160 militares, para fazer a segurança do aeroporto de Cabul.

Jens Stoltenberg frisou que "há uma razão" para a NATO prosseguir a missão de formação e capacitação das forças afegãs, frisando que os aliados estão a "lutar contra o terrorismo".

Sobre a questão financeira, Azeredo Lopes disse que Portugal "reiterou o seu compromisso em respeitar integralmente os seus compromissos" e sublinhou que "o orçamento da Defesa já representa um aumento" este ano e que, em 2018, haverá uma revisão da Lei de Programação Militar que contemplará o reforço da despesa "lá onde ela é mais necessária".

Para além do esforço financeiro, Azeredo Lopes sustentou que na perspetiva de Portugal "para além da avaliação do que cada um dá, em despesa, também tem de ser avaliado em capacidades e contribuições".