Lloyd Austin falou com o Presidente afegão, Ashraf Ghani, segundo avançou o porta-voz do Palácio Presidencial na rede social Twitter, dias depois de Joe Biden ter afirmado que “será difícil” retirar todas as tropas dos Estados Unidos até 01 de maio e de os rebeldes terem alertado Washington que eventuais atrasos terão consequências.
O Governo de Cabul, por seu lado, prefere manter a presença das forças norte-americanas o mais tempo possível já que os Estados Unidos asseguram uma cobertura aérea vital para as autoridades afegãs.
No final da conversa com Ashraf Ghani, Austin não fez comentários aos jornalistas sobre a questão da data de retirada dos militares combinada no acordo com os talibãs.
“Esse é o domínio do meu patrão”, afirmou, acrescentando que essa é “uma decisão que o Presidente (Biden) vai tomar a seu tempo”.
“Pode acontecer, mas é difícil”, disse Biden numa entrevista divulgada na semana passada pela emissora norte-americana ABC, criticando o acordo feito pelo seu predecessor Donald Trump com os rebeldes afegãos.
“Estou em vias de tomar a decisão sobre a data de partida”, adiantou, precisando que o anúncio da decisão não deve tardar.
Biden disse ainda que estava a consultar os aliados sobre o ritmo da retirada e que se o prazo for alargado não será “muito mais”.
Os Estados Unidos concluíram, em fevereiro de 2020, no Qatar, um acordo histórico com os talibãs, que prevê a retirada de todos os soldados norte-americanos até 01 de maio em troca de garantias de segurança e da abertura de negociações diretas entre os rebeldes e as autoridades de Cabul.
As negociações inter-afegãs começaram em setembro, em Doha, mas estão paradas e os combates intensificaram-se no campo, especialmente nas áreas rurais.
A administração Biden também considera que os talibãs não mantiveram o compromisso de abandonar permanentemente a sua ligação a grupos ‘jihadistas’, como a Al-Qaeda.
Apenas 2.500 soldados norte-americanos permanecem no Afeganistão, onde os Estados Unidos intervieram militarmente após os ataques de 11 de setembro de 2001 contra as torres gémeas, em Nova Iorque.
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