“Apesar de a nossa aposta na gestão eficiente dos recursos hídricos e na poupança de água de forma sistemática, estamos também a acompanhar a situação e poderemos tomar outras medidas conforme a evolução da situação nos próximos dias”, afirma Filipe Araújo, citado numa resposta enviada à Lusa pela Câmara do Porto.
Na missiva, a autarquia salienta que, desde 2014, tem implementado uma estratégia que garante o “uso racional e eficiente” de água, “procurando agir de forma sistemática perante a escassez dos recursos e não de forma meramente pontual”.
“Esse foi um dos desígnios da Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas lançada em 2016 e que já tinha projeções que apontavam, entre outras alterações, para uma potencial diminuição da precipitação total anual e um potencial aumento de temperaturas”, acrescenta o vice-presidente e vereador com o pelouro do Ambiente.
Entre as várias medidas implementadas, a autarquia salienta a realização de um estudo prévio e anteprojeto que permitirá transformar as Estações de Tratamento de Água Residuais (ETAR), tendo por base a introdução de novas tecnologias, “mais eficazes, fiáveis e resilientes”.
Nas ETAR do município foi também projetado um tratamento secundário que, tendo por base desinfeção por radiação ultravioleta (UV), permitirá que a água tratada atinja a qualidade necessária para ser reutilizada na rega de jardins públicos e lavagens de ruas.
“A expectativa é que a breve prazo já seja possível colocar no terreno projetos-piloto com a Porto Ambiente, no caso da lavagem das ruas, e com o próprio município, no caso da rega de espaços verdes”, adianta.
A substituição do coberto vegetal por espécies “menos exigentes e preferencialmente sem necessidade de rega”, a substituição de relvados convencionais por “prados de sequeiro e floridos com necessidades reduzidas de rega”, foram algumas das medidas adotadas pela autarquia, que, simultaneamente dotou os espaços verdes de sistemas de rega inteligentes.
A eficiência e gestão do ‘stress’ hídrico, o reaproveitamento da água das chuvas e a racionalidade de gestão têm sido outras das apostas da Câmara do Porto, à semelhança da educação e sensibilização ambiental.
Mais de metade do território de Portugal continental (57,7%) estava no final de dezembro em situação de seca fraca, tendo-se registado uma ligeira diminuição na classe de seca severa e um aumento na seca moderada, segundo dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Conforme anunciado pelo Governo no passado dia 01, devido à seca em Portugal continental, há limites à produção de energia em várias barragens: Alto Lindoso/Touvedo, Vilar de Tabuaço, Alto Rabagão, Cabril e Castelo de Bode. A água da barragem de Bravura, no Barlavento algarvio, deixou de poder ser usada para rega.
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