Lembrando as “grandes dificuldades no setor agrícola e na alimentação dos animais” devido ao período continuado de seca, Capoulas Santos - que intervinha na apresentação de uma campanha para promoção do consumo de leite, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa - falou numa “nova medida que estará em execução dentro de poucos dias”, para a qual já assinou a portaria.
Questionado pela agência Lusa à margem do encontro, referiu que em causa está “uma linha de crédito [no valor de cinco milhões de euros], garantida pelo Estado, que permite que os produtores que tenham animais registados no sistema informático do ministério [da Agricultura] possam aceder, no caso dos bovinos, a um valor de 180 euros por cabeça”.
Frisando que o objetivo é “dar resposta aos problemas da alimentação animal”, o governante sublinhou que “esta linha de crédito traz juros bonificados e, portanto, será amortizável no prazo de dois, três anos”.
Além desta medida, o executivo pretende garantir a disponibilidade de água para as explorações.
Por essa razão, “já tinha adotado várias medidas para financiar equipamentos, captações, transporte de água, etc., e agora reforçou essas dotações em mais cinco milhões de euros”, segundo o responsável.
Capoulas Santos frisou que o Governo tem vindo a adotar, nos últimos meses, várias medidas para responder a “um dos aspetos mais negativos” da seca, que tem a ver com a questão da pecuária.
“Há dificuldades, quer quanto à disponibilidade de água, quer quanto à disponibilidade de alimentos”, acrescentou.
A campanha hoje apresentada é promovida pela Federação Nacional das Cooperativas de Leite (FENALAC).
Falando à Lusa à margem da ocasião, o presidente da FENALAC, Manuel dos Santos Gomes, afirmou, sem precisar, que o setor está a trabalhar “em projetos” que minimizem as consequências da seca.
Contudo, disse esperar que este fenómeno “não volte” a verificar-se, após ter-se também verificado em 2005.
“Isto não pode ser todos os anos como é este ano, se não para o ano estamos sem florestas e sem qualquer tipo de alimentação”, indicou.
Mais de 80% de Portugal continental encontrava-se em setembro em seca severa, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, que caracterizou este mês como “extremamente quente”.
Neste período, o total de precipitação acumulado foi de 621,8 milímetros (70% do normal), sendo o 9.º valor mais baixo desde 1931.
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