“Há uma coisa que podem estar certos: se não foi o diabo que nos derrotou, se não foi o vírus que nos derrotou, não vai ser a oposição a derrotar-nos nestas eleições”, frisou António Costa.
O secretário-geral do PS discursava num comício no Teatro Municipal de Vila Real, falando depois do cabeça de lista do PS por este círculo eleitoral, Francisco Rocha, do presidente da concelhia, José Silva, e do mandatário distrital, Rui Santos.
Numa sala cheia, António Costa retomou a narrativa que tem apresentado durante a campanha para as eleições legislativas, afirmando que, desde que o seu Governo tomou posse em 2015, enfrentou a austeridade, a estagnação e a pandemia de covid-19.
“Conseguimos chegar sempre a tempo? Seguramente que não. Fizemos tudo bem? Seguramente que não. Mas lamento, nunca li nenhum manual de como se governa em tempo de pandemia”, frisou.
Destacando que, durante o combate à covid-19, aprendeu que, “em tempo de pandemia, governa-se unindo o país, mobilizando coletivamente o país, falando com todos”, o também primeiro-ministro referiu que, apesar de o vírus dar “muito trabalho” e criar uma economia que precisa de muito apoio, os restantes partidos “resolveram criar uma crise política”.
“E é por isso que aqui estamos hoje. Mas quero-vos dizer o seguinte: é com a mesma determinação, a mesma energia com que enfrentámos a austeridade, com que enfrentámos a estagnação, com que enfrentámos a pandemia, é assim também que estamos a enfrentar esta crise política”, realçou.
Reforçando que os restantes partidos deixaram o PS “a meio do caminho”, António Costa repetiu um dos lemas da campanha socialista – “continuar a avançar” – para frisar que é necessário “fazer mais e fazer melhor”.
“Não estamos satisfeitos com o que já conquistámos, sabemos que há muito mais para fazer”, admitiu, para logo de seguida reclamar a necessidade de medidas como uma “nova geração de políticas de habitação”, a redução do IRS para as famílias com filhos ou a gratuitidade dos manuais escolares.
O líder do PS identificou como “grande desafio” e “grande desígnio” para Portugal nos próximos anos a criação de condições para que a “geração mais qualificada de sempre” se torne também na geração “mais realizada de sempre”.
Entre as medidas que elencou destinadas aos jovens, António Costa destacou a necessidade de melhorar o seu rendimento, designadamente através do IRS jovem, “isentando 30% do rendimento nos dois primeiros anos de atividade, isentando 20% do rendimento no terceiro e no quarto ano de atividade, isentando ainda 10% no quinto ano de atividade”.
Referindo-se especificamente aos jovens emigrados no estrangeiro, António Costa aludiu a uma frase atribuída a Pedro Passos Coelho – em 2011, numa entrevista ao jornal Correio da Manhã, o ex-primeiro-ministro aconselhou os professores que não tivessem emprego em Portugal a procurá-lo em Angola ou no Brasil –, para dizer: “A nós não nos basta não dizer para eles emigrarem, nós dizemos-lhes: fiquem, fiquem, fiquem, porque é connosco, aqui em Portugal, que nós queremos que construam o vosso futuro e que nos ajudem a construir o futuro do nosso país”.
“Nós pedimos e convidamos a voltarem e garantimos-lhes que, durante os primeiros anos que residam em Portugal, terão uma isenção de 50% do seu vencimento, de forma a terem aqui as mesmas condições que têm tido nos países onde tiveram de ir encontrar o seu trabalho”, acrescentou.
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