“Para os socialistas democratas europeus este é um dia triste, em que nos despedimos de um dos líderes mais importantes do nosso movimento na segunda metade do século XX”, declarou Martin Schulz no final de um encontro com o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa no palácio de Belém.
O antigo Presidente português Mário Soares “foi um dos principais defensores do desenvolvimento da democracia e da inclusão da democracia portuguesa no sistema democrático europeu”, afirmou.
“A cooperação e interajuda entre países livres e democráticos é a resposta necessária no século XX e XXI para o desenvolvimento mundial e esta ideia inspirou profundamente Mário Soares”, sublinhou.
Além de Schulz, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebe hoje, em Belém, o rei de Espanha Felipe VI, o Presidente do Brasil, Michel Temer, que se deslocam a Lisboa para as cerimónias fúnebres do antigo chefe de Estado Mário Soares.
Mário Soares morreu no sábado, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.
O Governo português decretou três dias de luto nacional, até quarta-feira.
O corpo do antigo Presidente da República esteve em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos entre as 13:10 de segunda-feira e as 11:00 de hoje, depois de ter sido saudado por milhares de pessoas à passagem do cortejo fúnebre pelas principais ruas da capital com escolta a cavalo da GNR.
O funeral realiza-se na hoje, pelas 15:30, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, após passagem do cortejo fúnebre pelo Palácio de Belém, Assembleia da República, Fundação Mário Soares e sede do PS, no Largo do Rato.
Antes, às 13:00, terá lugar uma sessão solene evocativa de homenagem nos claustros do Mosteiro dos Jerónimos, com intervenções da família, do Presidente da República, do presidente da Assembleia da República e do primeiro-ministro, através de um vídeo gravado durante a visita de Estado de António Costa à Índia.
Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.
Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.
Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.
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