Os Serviços Secreto informaram no domingo que os seus agentes "abriram fogo contra um homem armado" com uma arma AK-47 perto dos limites do campo de golfe do candidato republicano à presidência em West Palm Beach, Florida.
Vários canais de televisão, incluindo CNN e CBS, informaram que Routh era a pessoa detida. As duas emissoras descreveram-no como um construtor autónomo de moradias do Havai, com um histórico de décadas de detenções e que fazia publicações nas redes sociais sobre política e temas da atualidade, geralmente com críticas a Trump.
Um dos temas abordados por Routh era a guerra da Ucrânia contra a invasão russa. "Estou disposto a voar para Kharkiv e seguir para a fronteira com a Ucrânia como voluntário para lutar e morrer", escreveu na rede X em março de 2022, segundo o jornal The New York Times.
No final de abril de 2022, a AFP entrevistou Routh em Kiev durante uma manifestação de apoio aos ucranianos bloqueados na cidade portuária de Mariupol. "Putin é um terrorista e deve ser reprimido, por isso precisamos que todos parem o que estão a fazer e venham para cá agora", declarou nessa altura.
De recordar que o governo do presidente americano Joe Biden é um dos principais apoios da Ucrânia desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022. Aua vice-presidente e candidata democrata à presidência, Kamala Harris, afirmou que vai manter o apoio se for eleita para assumir a Casa Branca, mas Trump não explicou durante um debate na semana passada se queria que a Ucrânia vencesse a guerra.
É o segundo ataque a Trump. A segurança vai ser reforçada?
O presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que deu ordens para reforçar a proteção de Donald Trump, após o candidato republicano à presidência ter sido alvo de uma nova tentativa de assassínio.
Num comunicado divulgado no domingo, Biden disse ter pedido à sua administração para garantir que os Serviços Secretos “têm todos os recursos, capacidades e medidas de proteção necessárias para garantir a segurança contínua" de Trump.
"Um suspeito está sob custódia e elogio o trabalho do Serviço Secreto e dos seus parceiros responsáveis pela aplicação da lei pela sua vigilância e esforços para manter o ex-presidente e aqueles que o rodeiam em segurança. Estou aliviado por o ex-presidente estar ileso", acrescentou Biden.
“Como já disse muitas vezes, não há lugar para a violência política ou para qualquer tipo de violência no nosso país”, sublinhou o presidente.
Biden sublinhou ainda que há a decorrer uma investigação sobre o incidente e que as forças de segurança estão a reunir mais detalhes sobre o que aconteceu.
Também a rival democrata na corrida à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, emitiu um comunicado a condenar a violência política, dizendo estar “profundamente perturbada” com o incidente.
“Todos devemos fazer a nossa parte para garantir que este incidente não conduz a mais violência”, acrescentou a atual vice-presidente.
Como reagiu Trump ao que aconteceu?
Donald Trump disse que a “sua determinação [de voltar à Casa Branca] é ainda mais forte depois de outra tentativa de assassínio”.
Num comunicado, o candidato frisou que nunca desistirá e incentivou os seus apoiantes a votarem nele nas eleições presidenciais de 5 de novembro.
Além deste episódio, Trump foi vítima de uma tentativa de assassínio a 13 de julho, durante um comício em Butler, na Pensilvânia (nordeste), depois de um jovem de 20 anos ter disparado contra ele com uma espingarda, ferindo-o na orelha direita.
Os serviços secretos abateram o agressor, que disparou de uma posição elevada no exterior do local, onde um membro da plateia morreu devido a um ferimento de bala.
O acontecimento levou a numerosas demissões devido a falhas de segurança no evento, incluindo a da então diretora dos Serviços Secretos dos EUA, Kimberly Cheatle.
No rescaldo, os Serviços Secretos aprovaram um plano para aumentar a segurança de Trump, incluindo a utilização de ecrãs de vidro à prova de bala nos seus eventos ao ar livre.
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