"O facto de Portugal ter pagado a última tranche ao Fundo Monetário Internacional [FMI] não quer dizer que a dívida pública tenha baixado. A dívida pública portuguesa tem subido todos os anos. No fim de 2019 vai ser em 20 mil milhões de euros mais alta do que era em 2015", afirmou Rui Rio, à margem do 23.º jantar de aniversário do Clube Via Norte, no Porto.
O social-democrata explicou que Portugal o que fez foi contrair um empréstimo a uma taxa de juro mais baixa, para amortizar um empréstimo que tinha uma taxa de juro mais alta, o que é positivo deste ponto de vista.
Rui Rio avisou, contudo, que chegará o "dia em que as taxas de juros vão começar a subir" e aí "Portugal terá um problema sério, porque o ‘stock’ de dívida não baixou, subiu e, portanto, vai incidir uma taxa mais alto sobre um ‘stock’ que é muito elevado".
O ministro das Finanças, Mário Centeno, anunciou na segunda-feira que Portugal concretizou neste dia o pagamento do total da dívida ao FMI, com a liquidação de 4,7 mil milhões de euros.
Numa conferência de imprensa no Ministério das Finanças, em Lisboa, Mário Centeno disse que o pagamento total do empréstimo ao FMI ascende a 28 mil milhões de euros, estimando que as poupanças com o pagamento antecipado do que faltava, de 4,7 mil milhões, totalizam cerca de 100 milhões de euros.
No total, as poupanças acumuladas ao longo dos últimos dois anos serão de 1,16 mil milhões de euros, adiantou Centeno.
O ministro afirmou ainda que o Governo mantém os objetivos para 2018 e 2019 de redução do rácio da dívida no PIB para 121,2% e 118,5%, respetivamente.
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