Rui Rio falava em Lisboa numa conferência de imprensa conjunta com o líder do Partido Popular (PP) espanhol, Pablo Casado, que antes tinha defendido a definição de "um projeto de centro-direita forte" antes das próximas eleições europeias.
Perante os jornalistas, o presidente do PSD referiu que, na próxima semana, antes do Conselho Europeu, participará na Áustria numa reunião de líderes do Partido Popular Europeu (PPE), durante a qual defenderá a necessidade de uma conclusão rápida da União Bancária no âmbito da reforma da União Económica Monetária.
"Países como Portugal e Espanha têm a ganhar se a União Bancária se concretizar, designadamente a questão referente ao Fundo de Garantia de Depósitos à escala europeia. Hoje, o fundo de garantia tem apenas uma escala nacional - o que é muito mais débil em comparação com o projeto de União Bancária", disse.
Rui Rio acentuou mesmo que "esta é uma questão nuclear" da agenda europeia no âmbito da reforma da União Económica Monetária.
Embora sem comentar as acusações feitas por Pablo Casado à "irresponsabilidade" da política externa e macroeconómica do Governo socialista espanhol, liderado por Pedro Sánchez, Rui Rio referiu que, ao longo da sua vida política, tem sempre defendido uma linha de "equilíbrio orçamental".
"Todos os países europeus devem procurar esse equilíbrio orçamental, algo que é vital. Se querem gastar mais, então têm de produzir mais. Mas não podemos gastar mais do que aquilo que produzimos, já deu mau resultado no passado e dará sempre mau resultado no futuro", advertiu.
Nas questões relativas às pressões migratórias no continente europeu, enquanto Pablo Casado voltou a acusar o Governo socialista espanhol de "irresponsabilidade", Rui Rio observou que Portugal não tem sido diretamente afetado por este fenómeno.
No entanto, deixou uma advertência: "A unidade europeia pode estar em causa se não existir um acordo à escala europeia sobre a forma como todos os países vão tratar este problema".
"Em relação às tensões com o leste [europeu], penso que temos de possuir a capacidade para conseguir ultrapassá-las", disse.
Durante a conferência de imprensa, o presidente do PSD não chegou a pronunciar-se sobre a situação na Hungria e sobre a possibilidade de aplicação de sanções a este Estado-membro, porque a pergunta partiu da imprensa espanhola e apenas foi dirigida a Pablo Casado.
Neste ponto, o presidente do PP espanhol manifestou cautelas face à aplicação de eventuais sanções, começando por defender que o Parlamento Europeu não é o órgão que resolve sobre processos de sanções.
Porém, invocou a história recente, dizendo que o Governo de Budapeste nunca deu qualquer abertura ao independentismo catalão.
"Quando os independentistas catalães tentavam criar embaixadas em outros países ou levar resoluções ao Parlamento Europeu, tentando internacionalizar o conflito, a Hungria foi dos países que sempre respeitaram a soberania do Reino de Espanha. É uma questão de reciprocidade e de abertura", acrescentou Pablo Casado.
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