“Portugal não tem dado a devida atenção à agricultura”, apesar de este setor e da floresta, em conjunto, “representarem hoje 5,8%” do PIB, disse o líder social-democrata, em mais uma sessão das “Conversas Centrais”, em Évora, no âmbito da campanha eleitoral.
Na iniciativa, dedicada hoje ao tema da agricultura, com a participação de Arlindo Cunha, antigo ministro desta pasta na governação de Cavaco Silva, o líder do PSD considerou que este peso no PIB “é significativo”, mas a área “devia representar ainda um pouco mais”.
E a agricultura, continuou, “representa 13% do emprego”, o que, a manter-se, desde que suba o peso no PIB, será positivo: “Significa que melhoramos muito a produtividade”.
Ainda antes de chegar a Évora, na deslocação que fez a Portalegre, já Rui Rio tinha dito que, se vencer as eleições legislativas do próximo domingo, a área das Florestas, que está agora na tutela do Ambiente, vai regressar ao Ministério da Agricultura.
De tarde, em Évora, voltou a insistir na mesma ideia, em declarações aos jornalistas durante a ação de contacto com a população em Évora, quando questionado sobre se já tem pensada a estrutura do Governo, caso vença.
“Já preparei a estrutura para aí a 90%, mas ainda falta”, afirmou, apontando um dos pontos já assentes: “Aí tem uma coisa da estrutura do Governo. A tutela das Florestas está no Ambiente, antigamente sempre esteve na Agricultura e vai regressar à Agricultura”.
Após a arruada, onde teve a companhia, entre outros, da cabeça de lista do PSD a estas legislativas, Sónia Ramos, e de Ana Rita Cavaco, bastonária da Ordem dos Enfermeiros, o presidente social-democrata focou-se no tema da agricultura e defendeu o rejuvenescimento do setor.
“A idade média dos agricultores portugueses é de 65 anos” e “há poucos agricultores jovens”, pelo que “o futuro do setor está comprometido”, afiançou Rio, realçando que é preciso “ter políticas adequadas” para “atrair jovens para a agricultura” e que esta será uma das suas “linhas de rumo”, caso vença as eleições.
Na iniciativa, onde se ouviram críticas à visão do Pessoas-Animais-Natureza (PAN) sobre o mundo rural, da parte de agricultores e caçadores, o líder do PSD esclareceu que, se vencer, não deixará “que se passem determinadas linhas vermelhas no quadro da negociação com qualquer partido”.
No dia das eleições, só um partido “vai ganhar e todos os outros vão perder”, mas devem “estar todos disponíveis para negociar com quem ganhar”, defendeu.
“Só que negociar não é propriamente chegar à mesa das negociações e pôr em cima da mesa um programa derrotado. Negociar é respeitar o programa que ganhou e, depois, pedir, exigir no quadro de negociação, aspetos que são passíveis de negociação”, considerou.
“Nós temos de ter o bom senso e o equilíbrio e sabemos quais são as linhas vermelhas de quem temos à nossa frente e, relativamente ao PAN em concreto, naturalmente que assim procederemos”, afirmou.
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