Sem querer comentar a entrevista de Luís Montenegro à SIC Notícias, que não viu, Rio recusou que se viva atualmente um clima de derrotismo no partido, ao contrário do que afirmou na terça-feira à noite o antigo líder parlamentar social-democrata.

“Está justamente a ser invertido, havia essa ideia há uns meses atrás que o PS tinha as eleições de 2019 ganhas e, provavelmente, com maioria absoluta, hoje a ideia é completamente diferente”, defendeu, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com o candidato à liderança do PSD-Açores, Pedro Nascimento Cabral, na sede nacional do partido, em Lisboa.

Para o presidente do PSD, atualmente uma maioria absoluta do PS nas eleições de 2019 “é algo praticamente impossível” e estas “estão longe de estar ganhas” pelos socialistas.

“O PSD está a fazer o seu caminho e, quando lá chegarmos, vamos seguramente disputar taco a taco as eleições com o PS, um vai ganhar, outro vai perder”, disse.

Questionado se considera necessário alterar a sua estratégia eleitoral, Rio respondeu não ver razão “rigorosamente nenhuma” para tal e voltou a defender o posicionamento ao centro do PSD.

“A minha convicção é que o meu espaço ideológico e onde me situo bem é na social-democracia que se situa no centro do espetro político, uns um bocadinho mais à esquerda, outros um bocadinho mais à direita”, apontou, considerando que se fosse outro o “espaço natural” do PSD não seria ele o líder do partido.

Em entrevista à SIC-Notícias, na terça-feira à noite, Luís Montenegro disse que “há uma ideia de derrotismo do lado do PSD”, pela qual responsabilizou Rui Rio, desafiando o líder social-democrata a “arrepiar caminho” e a mudar de estratégia.

“Temos deixado o primeiro-ministro à solta. Cometeríamos um erro político enorme se formos percecionados como uma muleta do PS”, afirmou, voltando a pedir que o PSD diga com clareza que vota contra o próximo Orçamento do Estado.

Ainda assim, o antigo líder parlamentar do PSD afastou a hipótese de exigir a saída de Rui Rio antes das eleições legislativas.

“Não me parece que possa haver congresso extraordinário antes das legislativas, nem acho que deva haver uma mudança de líder do PSD”, disse, considerando que tal cenário só se poderá colocar “se houver o apoio político do PSD a um Governo do PS”.