Ainda assim, Rui Rio criticou que se tenha generalizado a prática de “meter no Orçamento propostas que não têm diretamente a ver” com matéria orçamental.
Quanto ao conteúdo das propostas, que mereceram a aprovação do PSD, Rui Rio justificou o sentido de voto com as posições dos deputados e estruturas de Lisboa do partido.
“O conteúdo tem a ver com a posição dos deputados do PSD eleitos por Lisboa e das próprias estruturas do PSD em Lisboa, que entendem que o desenho da linha [do Metropolitano] deve ser diferente”, justificou.
Rio fez declarações aos jornalistas sobre a proposta do partido de redução do IVA e, à margem, foi questionado sobre a aprovação de propostas de alteração ao Orçamento do Estado que suspendem as obras para a extensão da rede do Metropolitano de Lisboa, que o PS já considerou irresponsáveis e que merecerão um pedido de fiscalização sucessiva ao Tribunal Constitucional.
“Gosto pouco de focar-me numa medida, acho que a Assembleia da República deve pensar bem, e o Governo também, como é que pode ultrapassar o que acontece permanentemente - e com responsabilidade transversal - que é meter-se no Orçamento do Estado medidas que possam não ter diretamente a ver com o orçamento”, afirmou, dizendo que, quando foi deputado na década de 90, se chamava a este tipo de propostas “cavaleiros orçamentais”.
No entanto, “a partir do momento em que a porta está aberta” a esta prática, as propostas de PCP e PAN em causa “são tão legítimas como as demais”.
“Não alinho nestas dramatizações que o Governo faz, mas se fosse verdade têm de pedir responsabilidades fundamentalmente aos seus parceiros, que apresentaram propostas, o PSD neste caso está no fim da linha”, defendeu.
Hoje, em conferência de imprensa, o PS acusou hoje o PSD de "tremenda irresponsabilidade" ao apoiar propostas de alteração ao Orçamento que "suspendem" as obras para a extensão do metropolitano de Lisboa, considerando que essa medida causa prejuízos "para lá de cem milhões de euros".
Esta posição foi transmitida pela presidente do Grupo Parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, em conferência de imprensa, na Assembleia da República, em reação às propostas do PCP e do PAN aprovadas durante a madrugada de hoje no sentido de suspender o processo de construção da linha circular do Metropolitano de Lisboa.
A proposta do PCP defende que seja dada prioridade à extensão da rede do metropolitano até Loures, bem como para Alcântara e zona ocidental de Lisboa, tendo sido aprovada com votos a favor do PSD, BE, PCP, CDS, PAN e Chega, a abstenção da Iniciativa Liberal e o voto contra do PS. Já a do PAN obteve o apoio do PSD, BE, PCP e Chega, os votos contra do PS e da Iniciativa Liberal e a abstenção do CDS.
Ana Catarina Mendes completou ainda que o PS, ao avocar a votação dessas propostas parta plenário, "deu a oportunidade ao PSD para rever o seu voto".
"Mas o PSD decidiu insistir na irresponsabilidade. Os portugueses julgarão", acrescentou.
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