O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, "vai assistir na segunda-feira a uma reunião de dirigentes europeus, convidado pelo presidente Emmanuel Macron. Devemos mostrar nossa força e unidade", declarou Radosław Sikorski no X.

Contudo, a Presidência francesa informou que estão em curso "conversações" entre "líderes europeus para um possível encontro informal", sem confirmar uma data.

Na quarta-feira, Trump surpreendeu os europeus ao afirmar que tinha falado com o presidente russo, Vladimir Putin, e ordenou iniciar diálogos sobre a Ucrânia.

O anúncio do presidente americano gerou receio nos dirigentes europeus de serem excluídos das negociações para pôr fim à guerra.

O tema foi um dos principais da Conferência de Segurança de Munique, iniciada na sexta-feira.

Da cidade alemã, o chefe da diplomacia polaca havia dito anteriormente este sábado que esperava que esta conferência abordasse os desafios que a iniciativa de Trump representam para a Europa.

"A credibilidade dos Estados Unidos depende da forma como a guerra acabar", assegurou Sikorski, e advertiu o presidente Trump de que se quiser "ganhar o prémio Nobel", "a paz deve ser justa".

Por outro lado, a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, convocou para domingo uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros do bloco presentes em Munique, informou uma porta-voz no X.

O anúncio acontece no mesmo dia em que Zelensky diz ter rejeitado acordo com os EUA sobre recursos minerais. O presidente ucraniano vetou um acordo proposto pelo presidente americano, Donald Trump, para dar acesso aos Estados Unidos a recursos minerais estratégicos. Justificou que o acordo não inclui "garantias de segurança" para o seu país.

"Não autorizei os ministros a assinarem o acordo porque não está pronto. Na minha opinião, não nos protege", declarou Zelensky à imprensa durante a Conferência de Segurança de Munique. O presidente ucraniano acrescentou que o acordo deve "estar vinculado a garantias de segurança".

Donald Trump, que há tempos critica o envio de ajuda americana para a Ucrânia desde o início da guerra com a Rússia, insinuou, no começo deste mês, que desejava alcançar um acordo para ter acesso aos recursos minerais ucranianos como condição para manter o apoio americano.

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, declarou, na quinta-feira, que espera alcançar um acordo sobre os minerais ucranianos, que permitiria "reembolsar" parcialmente a ajuda a Kiev.

"Parte deste dinheiro será destinado a reembolsar o contribuinte dos milhares de milhões de dólares gastos ali", afirmou no dia seguinte a Trump ter iniciado diálogos com o presidente russo, Vladimir Putin, para pôr fim ao conflito.

Outra parte "será reinvestido novamente na Ucrânia para reconstruir" o país, detalhou Rubio.

*Com AFP