PSD, CDS-PP, BE, Livre, PAN, CDU, Chega e Iniciativa Liberal (IL) reconhecem que aquele que é o segundo distrito mais populoso do país “não se desenvolveu como um todo” e que “há grandes diferenças” entre os concelhos do interior e do litoral, já o PS recusa haver um distrito a duas velocidades e salienta as apostas feitas nos últimos seis anos que “aproximaram os territórios e lhes deram competitividade como um todo”.
Daqueles nove partidos com representação na Assembleia da República, PSD, Livre e CDU defenderam a Regionalização como “um caminho necessário” para a coesão territorial e IL, Chega e CDS-PP preferiram apontar uma “forte descentralização” para o mesmo fim.
“A mobilidade tem um papel central na coesão territorial. É fundamental apostar na ferrovia, numa futura linha do Vale do Sousa, aproveitar a linha de Leixões mas também rodovias de qualidade que permitam a instalação de empresas fora dos grandes centros litorais”, apontou à Lusa o cabeça de lista pelo Porto do Livre, Jorge Pinto.
Para o Livre é igualmente necessário “uma forte aposta na criação de uma economia de alto valor acrescentado e descarbonizada”.
A número um do PAN pelo Porto, Bebiana Cunha, reconheceu que “é notória a diferença no acesso a bens, serviços ou emprego” no interior e no litoral portuense: “Há medidas fundamentais para conseguir uma maior coesão, como o desenvolvimento da ferrovia, das linhas do metro, das carreiras de transportes públicos”, referiu.
O PAN defende “requalificação dos rios, incentivos fiscais a empresas para se fixarem no interior, aumento de salários e uma aposta numa economia verde com uso de energias renováveis” como “pedras basilares” para a coesão territorial no distrito do Porto.
Quanto ao PSD, o caminho apontado passa pela “discriminação positiva” ao nível fiscal das empresas que se instalarem no interior: “A população fixa-se onde há emprego. Medidas de apoio à dinamização da Economia são fundamentais, assim como a digitalização de serviços se apresenta como pedra de toque para fixar população”, disse à Lusa o candidato a deputado pelo Porto Paulo Ramalho.
A Regionalização é também apontada pelo PSD como forma de promover a coesão territorial, defendendo Paulo Ramalho que “continuar no mesmo caminho só irá aprofundar ainda mais as atuais assimetrias”.
O deputado pelo Porto do BE José Soeiro apontou a “fraca rede de transportes públicos, o encerramento de serviços como os CTT e baixos salários” como fatores que potenciaram assimetrias no distrito.
“Até dentro dos mesmos concelhos há estas desigualdades. As soluções passam por uma forte aposta na mobilidade, escolas, serviços de saúde e criar trabalho bem pago”, enumerou.
Para a CDU, são “necessárias medidas transversais, porque assimetrias como as atuais não se resolvem com medidas avulsas”.
“É fundamental a valorização da produção local, dos salários, serviços públicos de qualidade, uma estratégia de vistas largas para os transportes, que são uma espinha dorsal no combate às assimetrias territoriais”, salientou a número um pelo Porto, Diana Ferreira.
Também o CDS, pela voz da cabeça de lista pelo distrito, Filipa Correia, referiu não acreditar “em milagres e medidas pontuais para resolver problemas estruturais”, salientando a necessidade de “resolver o problema do centralismo com forte empenho na descentralização”.
“Garantir uma rede ferroviária e rodoviária de qualidade, horários nos transportes adequados, utilizar o ordenamento do território como ferramenta para promover a coesão, combater a desertificação, bons serviços médicos e combater a dicotomia salarial são passos fundamentais para combater as atuais desigualdades”, explicou.
Para o Chega, apontou o número um pelo Porto, Rui Afonso, “a solução para colmatar as diferenças territoriais passa pela descentralização e pelo municipalismo”, assim como por uma aposta em “incentivos fiscais e de infraestruturas” a empresas.
“É preciso transferir competências do estado central para os municípios, reforçar as redes de transportes intermodais e intermunicipais, desenvolver a ferrovia e criar condições para que as empresas se fixem no interior do distrito”, explanou.
A dirigente da IL Carla Castro bateu igualmente na tecla da descentralização: “Descentralização politica, autonomia das escolas para aprendizagens mais especificas, descentralização na saúde, criação de cuidados primários de proximidade, valorização do poder local e descentralizar o património cultural são medidas imprescindíveis”, enumerou.
Já pelo PS, o deputado e recandidato João Paulo Correia, disse “não partilhar a ideia que existem desigualdades assinaláveis”, optando por apontar “o forte investimento e o caminho que se fez nos últimos seis anos que aproximou os concelhos” do distrito do Porto.
“Foram feitos, e vão ser feitos mais, investimentos decisivos para a coesão do território. Seja na ferrovia ou na requalificação de redes de viação que se traduzem em grandes ganhos ambientais e económicos. É um caminho capaz de promover a fixação de empresas e população no interior, criar emprego e que aumentou significativamente a capacidade competitiva do distrito do Porto”.
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