A Turquia acolhe, de acordo com os dados atualizados em 15 de junho, um total de 3.049.879 cidadãos sírios.
Estas pessoas estão sob um regime de “baixa proteção temporária”, uma vez que as autoridades de Ancara só atribuem oficialmente o estatuto de refugiado a pessoas oriundas do continente europeu, indicou o diário turco Birgun.
O país estabeleceu esta limitação geográfica ao ter ratificado o texto da Convenção sobre os Refugiados em 1951, segundo o qual apenas aqueles que fogem na sequência de “acontecimentos ocorridos na Europa” podem obter o estatuto oficial de refugiado.
Do número total de sírios contabilizados na Turquia, apenas 247 mil vivem em campos de acolhimento — normalmente compostos por estruturas pré-fabricadas — com alimentação proporcionada pelo Estado turco. Os restantes 2,8 milhões sobrevivem por conta própria.
Istambul é a cidade que acolhe mais sírios, cerca de 485 mil, o que representa cerca 3,3% da população desta grande metrópole com 14,8 milhões de habitantes. Já na capital Ancara, os cidadãos sírios são pouco mais de 78 mil.
A província de Sanliurfa, na fronteira com a Síria e com uma população de dois milhões de habitantes, é o segundo lugar no território turco onde existem mais refugiados sírios: cerca de 428 mil, dos quais 103 mil estão distribuídos por cinco campos de acolhimento.
Destaque para o caso da pequena província fronteiriça de Kilis, onde 126 mil sírios estão registados e que quase igualam a população local (130 mil habitantes).
Entre os refugiados sírios a viver na Turquia, os homens estão em maior número, 1,6 milhões, contra as 1,4 milhões de mulheres que também foram obrigadas a fugir da Síria.
Quase metade dos refugiados sírios, cerca de 1,4 milhões, são menores de idade, dos quais 800 mil ainda não atingiram os 10 anos, segundo os dados publicados hoje.
Os mesmos dados indicam ainda que um total de 6.465 sírios deixou a Turquia ao abrigo de um acordo migratório firmado em março de 2016 com a União Europeia (UE).
A ONU estima que pelo menos 320.000 pessoas morreram e milhões foram obrigadas a fugir desde o início do conflito armado na Síria, em março de 2011.
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