De acordo com os dados deste responsável, em causa estão incêndios registados em 2013, 2015 e 2017, que, em conjunto, queimaram mais de 270 hectares dos 400 que compõem a referida mata nacional, ou seja, terrenos que são propriedade do Estado.
“Em 2013, arderam 126 hectares. Passados dois anos, em 2015, arderam cerca de 17 hectares e este ano foi mais um golpe muito grande, com cerca de 130 hectares [ardidos] na parte sul”, especificou.
Este responsável falava durante o fórum “Floresta, Somos Todos Nós, Agir Já! Alerta Sempre”, organizado por iniciativa da Câmara da Covilhã, concelho do distrito de Castelo Branco, que este ano também foi fortemente afetado pelos fogos.
Durante a intervenção, Rafael Neiva garantiu ainda que o ICNF já está a levar a cabo várias ações de intervenção, designadamente a nível das sementeiras e estabilização do solo, bem como trabalhos de limpeza dos leitos de cursos de água, limpeza de caminhos e conservação de taludes.
Sublinhando o papel da regeneração natural e o de se proceder sempre a reflorestações ordenadas, devidamente pensadas de acordo com as regras e concertadas entre as entidades, este técnico também adiantou que após os incêndios de 2013 e 2015 já foram replantados cerca de 22 hectares da referida Mata Nacional da Covilhã.
Presente na sessão de abertura, o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, também apontou a importância da floresta e defendeu ainda que a descentralização de competências para as florestas é desejável, mas frisou que deve ser acompanhada do respetivo pacote financeiro.
“O que eu espero é que o bom senso, o pragmatismo e o equilíbrio preponderem e, claro, sempre acompanhado do respetivo suporte financeiro, para que os municípios, porque estão mais próximos da realidade, possam ajudar e contribuir para que a floresta desempenhe aquele papel que já desempenhou”, disse.
Além disso, o autarca também reiterou que é importante valorizar a rentabilidade relacionada com a floresta e agricultura e assumiu que as autarquias também têm um papel no que concerne à proteção contra incêndios.
Para Vítor Pereira, a intervenção municipal pode verificar-se na definição dos planos diretores municipais, na colaboração e articulação com os corpos de bombeiros, na aplicação de impostos e licenças municipais, na criação e gestão dos gabinetes técnicos florestais, na administração dos baldios, na gestão e posse da propriedade florestal e também ao nível dos conselhos cinegéticos municipais.
Por seu turno, o vereador com o pelouro das florestas, José Armando Serra dos Reis, garantiu que a autarquia vai avançar com o Plano Municipal de Gestão e Defesa da Floresta, que incluirá várias medidas e ações que terão em conta a resposta aos lesados, a intervenção nas áreas ardidas e a proteção da restante floresta.
Segundo os dados hoje apontados, este ano no concelho da Covilhã arderam mais de 6.500 hectares e os prejuízos ultrapassaram os sete milhões de euros: 4,3 milhões de euros registados pela Câmara, juntas de freguesia e outras entidades públicas e três milhões pelos privados.
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