“Milhões de pessoas sofrem diariamente com a pobreza e a guerra. É especialmente difícil para as crianças, muitas das quais não conhecem nada além da violência”, disse o diretor da Save the Children no Afeganistão, Christopher Nyamandi, em comunicado hoje divulgado, no qual pede apoio internacional para lidar com a crise.
De acordo com os últimos dados fornecidos pela Missão da ONU no Afeganistão (UNAMA), quase 6.000 pessoas, 2.000 das quais crianças, morreram ou ficaram feridas nos primeiros nove meses de 2020 neste país asiático.
Segundo a Save the Children, o conflito continua a causar “danos físicos e psicológicos” extremos no país, com centenas de milhares de pessoas forçadas a fugir das suas casas, ficando longe de serviços essenciais, como hospitais ou clínicas, e sem apoio humanitário.
Face à situação, a organização não governamental (ONG) pediu uma ajuda urgente de cerca de 2,5 mil milhões de euros para responder, este ano, às “crescentes necessidades humanitárias” do país.
“A ajuda ao Afeganistão diminuiu de forma alarmante num momento em que a necessidade humanitária está a cresce. Estamos numa posição insustentável, onde a ajuda é muito menor do que o necessário para atender às necessidades das pessoas”, alertou Nyamandi, que criticou os fundos insuficientes prometidos pela comunidade internacional na última cimeira, em Genebra.
Por outro lado, a pandemia de covid-19 — que provocou 54.062 infeções e 2.343 mortes no Afeganistão, de acordo com a contabilização da Universidade Johns Hopkins – está a ter um impacto desastroso em milhões de famílias vulneráveis do país.
De acordo com estimativas do Banco Mundial, a crise do coronavírus interrompeu drasticamente as importações, incluindo bens domésticos vitais, o que disparou a inflação, que, somada às “tensões económicas e de saúde adicionais provocadas pela pandemia, vai aprofundar o impacto humanitário em todo o país”.
“Milhões de pessoas sofrem todos os dias por causa do conflito, da pobreza e agora também da pandemia de covid-19. É uma situação desesperante que requer atenção urgente da comunidade internacional”, sublinhou Nyamandi.
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